11 de abril de 2015

Ostra feliz não faz pérola

Ostra feliz não faz pérola
      Ostras são moluscos, animais sem esqueleto, macias, que representam as delícias dos gastrônomos. Podem ser comidas cruas, com pingos de limão, paellas, sopas. Sem defesas – são animais mansos -, seriam uma presa fácil dos predadores. Para que isso não acontecesse, a sua sabedoria as ensinou a fazer casas, conchas duras, dentro das quais vivem. Pois havia num fundo de mar uma colônia de ostras, muitas ostras. Eram ostras felizes. Sabia-se que eram ostras felizes porque de dentro de suas conchas saía uma delicada melodia, música aquática, como se fosse um canto gregoriano, todas cantando a mesma música. Com uma exceção: de uma ostra solitária que fazia um solo solitário. Diferente da alegre música aquática, ela cantava um canto muito triste. As ostras felizes se riam dela e diziam: “Ela não sai da sua depressão…”. Não era depressão. Era dor. Pois um grão de areia havia entrado dentro de sua carne e doía, doía, doía. E ela não tinha jeito de se livrar dele, do grão de areia. Mas era possível livrar-se da dor. O seu corpo sabia que, para se livrar da dor que o grão de areia lhe provocava, em virtude de suas asperezas, arestas e pontas, bastava para envolvê-lo com uma substância lisa, brilhante e redonda. Assim, enquanto cantava seu canto triste, o seu corpo fazia o trabalho – por causa da dor que o grão de areia lhe causava. Um dia, passou por ali um pescador com o seu barco. Lançou a rede e toda a colônia de ostras, inclusive a sofredora, foi pescada. O pescador se alegrou, levou-as para casa e sua mulher fez uma deliciosa sopa de ostras. Deliciando-se com as ostras, de repente seus dentes bateram num objeto duro que estava dentro de uma ostra. Ele o tomou nos dedos e sorriu de felicidade: era uma pérola, uma linda pérola. Apenas a ostra sofredora fizera uma pérola. Ele tomou-a e deu-a de presente para a sua esposa.
       Isso é verdade para as ostras. E é verdade para os seres humanos. No seu ensaio sobre o nascimento da tragédia grega a partir do espírito da música, Nietzche observou que os gregos, por oposição aos cristãos , levavam a tragédia a sério. Tragédia era tragédia. Não existia para eles, como existia para os cristãos, um céu onde a tragédia seria transformada em comédia. Ele se perguntou então das razões por que os gregos, sendo dominados por esse sentimento trágico da vida, não sucumbiram ao pessimismo. A resposta que encontrou foi a mesma da ostra que faz uma pérola: eles não se entregaram ao pessimismo porque foram capazes de transformar a tragédia em beleza. A beleza não elimina a tragédia, mas a torna suportável. A felicidade é um dom que deve ser simplesmente gozado. Ela se basta. Mas ela não cria. Não produz pérolas. São os que sofrem que produzem a beleza, para parar de sofrer. Esses são os artistas. Beethoven – como é possível que um homem completamente surdo, no fim da vida, tenha produzido uma obra que canta a alegria? Van Gogh, Cecília Meireles, Fernando Pessoa…

(Rubem Alves, in "Ostra feliz não faz pérola")

PROVA - A Incapacidade de ser Verdadeiro

A Incapacidade de ser Verdadeiro

Há verdades que parecem mentiras e... mentiras que parecem verdades! O que é mentira? 
Onde está a verdade? E onde ficam as invencionices da imaginação e da poesia?

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo.
Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa, como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico.
Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
— Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia.
(Carlos Drummond de Andrade)

Interpretando o texto:

1) A narrativa poética da Carlos Drummond de Andrade apresenta as seguintes partes:

- Apresentação – parte inicial da história; momento em que os fatos começam a ser narrados e se apresentam as personagens.
- Complicação – parte em que se inicia a conflito da narrativa.
- Clímax – momento de maior tensão da história.
- Desfecho – parte final; conclusão da narrativa.

Use uma frase para sintetizar a parte do conto pedida. 

a)Apresentação: __________________________________________
b) Clímax: _______________________________________________

2) Paulo tem fama de mentiroso. Como se apresenta o mundo que ele imagina? 
________________________________________________________
3) Percebe-se uma oposição na visão de mundo da mãe e do filho. Qual a visão de cada um?
________________________________________________________ 

4) Analise e explique o trecho: Há verdades que parecem mentiras e... mentiras que parecem verdades! O que é mentira? Onde está a verdade? E onde ficam as invencionices da imaginação e da poesia?
_______________________________________________________

5) Transforme o sujeito simples em composto. 

a) Paulo tinha fama de mentiroso.
_______________________________________________________
b) Ele veio contando que caíra no pátio da escola
_______________________________________________________
c) A mãe decidiu levá-lo ao médico.
_______________________________________________________
d) Paulo era um menino cheio de imaginação.
_______________________________________________________
e) O desejo de Paulo era viajar pelo mundo.
_______________________________________________________

6) O sujeito das orações abaixo está oculto. Diga qual a pessoa que o representa.

a) Perdi todos os meus documentos. ____________________________
b) Queríamos assistir ao debate hoje à noite na tevê._________________
c) Conversaram com seus amigos, afinal? _________________________
d) Sabes que a Terra não se renovará? ___________________________

7) – Classifique os predicados em: (PV) verbal ou (PN) nominal.

a) O professor permaneceu sentado durante a palestra do diretor. ( )
b) Imediatamente, o médico socorreu o pequeno menino. ( )
c) O ônibus quebrou durante a viagem de férias. ( )
d) O aluno ficou pensativo durante o todo teste. ( )
e) O arquiteto estava preocupado com o projeto. ( )

8) Na oração “Conhecemos nossos adversários um dia antes do jogo”. Marque a alternativa que apresentar a classificação correta do sujeito:

a) Simples
b) Composto
c) Desinencial

9) Assinale as que possuem predicado nominal,circule o verbo de ligação e grife o predicativo do sujeito.
a) ( ) A criança ficou ferida.
b) ( ) Seu vizinho é milionário.
c) ( ) O professor corrigiu as provas. 
d) ( ) O Brasil foi descoberto por Cabral.
e) ( ) Aquela mulher parece uma tábua.

10) Separe com uma barra o sujeito e predicado:
a) João e Maria saíram para a floresta.
b) Cinderela lavava o chão da cozinha todos os dias.
c) A Bela e a Fera se apaixonaram. 

11) Escreva S para simples e C para o período composto:
a) ( ) Sultão fecha os olhos e dorme.
b) ( ) Elias e Carlos levaram as bagagens para o navio.
c) ( ) A praia estava deserta.
d) ( ) O calor e o vento estavam fortes.
e) ( ) O dia ficou sombrio.

12) "O homem, a fera e o inseto, à sombra delas, vivem livres de fome e fadigas." Nesta oração o sujeito é:
a) Sujeito simples
b) Oração sem sujeito.
c) Sujeito oculto.
d) Sujeito composto.

Boa prova!!!!

107 REGRAS DE PORTUGUÊS PARA NÃO COMETER ERROS AO ESCREVER

107 REGRAS DE PORTUGUÊS PARA NÃO COMETER ERROS AO ESCREVER

=> 1 - A pronúncia certa é disenteria e não desinteria.

=> 2 - À-toa, com hífen, é um adjetivo e significa "inútil", "desprezível". Ex: Esse rapaz é um sujeito à-toa . À toa, sem hífen, é uma locução adverbial e quer dizer "a esmo", "inutilmente". Ex: Andava à toa na vida.

=> 3 - O certo é a meu ver e não ao meu ver.

=> 4 - A princípio significa inicialmente , antes de mais nada. Ex: A princípio, gostaria de dizer que estou bem. Em princípio quer dizer em tese. Ex: Em princípio, todos concordaram com minha sugestão.

=> 5 - Não existe a expressão à medida em que. Ou se usa à medida que correspondente a à proporção que, ou se usa na medida em que equivalente a tendo em vista que.

=> 6 - Com a conjunção SE, deve-se utilizar acaso, e nunca caso. O certo: "Se acaso vir meu amigo por aí, diga-lhe...". Mas podemos dizer: "Caso o veja por aí... ".

=> 7 - Acerca de quer dizer a respeito de. Veja: Falei com ele acerca de um problema matemático. Mas há cerca de é uma expressão em que o verbo haver indica tempo transcorrido, equivalente a faz. Veja: Há cerca de um mês que não a vejo.

=> 8 - Não esqueça: alface é substantivo feminino. A alface está bem verdinha.

=> 9 - ALÉM pede sempre o hífen: além-mar, além-fronteiras, etc .

=> 10 - ALGURES é um advérbio de lugar e quer dizer "em algum lugar". Já alhures significa "em outro lugar".

=> 11 - Mantenha o timbre fechado do “o” no plural dessas palavras: almoços, bolsos, estojos, esposos, sogros, polvos, etc .

=> 12 - O certo é alto-falante, e não auto-falante.

=> 13 - O certo é alugam-se casas, e não aluga-se casas. Mas devemos dizer precisa-se de empregados, trata-se de problemas. Observe a presença da preposição (de ) após o verbo. É a dica pra não errar.

=> 14 - Depois de ditongo, geralmente se emprega “x”. Veja: afrouxar, encaixe, feixe, baixa, faixa, frouxo, rouxinol, trouxa, peixe, etc .

=> 15 - Ancião tem três plurais: anciãos, anciães, anciões.

=> 16 - Só use ao invés de para significar ao contrário de, ou seja, com idéia de oposição. Veja: Ela gosta de usar preto ao invés de branco. Ao invés de chorar, ela sorriu. Em vez de quer dizer em lugar de.  Não tem necessariamente a idéia de oposição. Veja: Em vez de estudar, ela foi brincar com as colegas. (Estudar não é antônimo de brincar).

=> 17 - Ainda se vê e se ouve muito aterrisar em lugar de aterrissar, com dois S. Escreva sempre com o S dobrado: aterriSSar.

=> 18 - Não existe preço barato ou preço caro. Só existe preço alto ou baixo. O produto, sim, é que pode ser caro ou barato. Veja: Esse televisor é muito caro. O preço desse televisor é alto.

=> 19 - Ainda se vê muito, principalmente na entrada das cidades, a expressão bem vindo (sem hífen) e até benvindo. As duas estão erradas. Deve-se escrever bem-vindo, sempre com hífen.

=> 20 - Atenção: nunca empregue hífen depois de bi, tri, tetra, penta, hexa, etc. O nome fica sempre coladinho. O Sport se tornou tetracampeão no ano 2000. O Náutico foi hexacampeão em 1968. O Brasil foi bicampeão em 1962.

=> 21 - Veja bem: uma revista bimensal é publicada duas vezes ao mês, ou seja, de 15 em 15 dias. A revista bimestral só sai nas bancas de dois em dois meses. Percebeu a diferença?

=> 22 - Hoje, tanto se diz boêmia como boemia. Nelson Gonçalves consagrou a segunda, com a tonicidade no 'mia'.

=> 23 - Cuidado: Eu caibo dentro daquela caixa. A primeira pessoa do presente do indicativo assim se escreve porque o verbo é irregular.

=> 24 - Preste atenção: o senador Luiz Estevão foi cassado. Mas o leão foi caçado e nunca foi achado. Portanto, cassar (com dois s) quer dizer tornar nulo, sem efeito.

=> 25 - Existem palavras que só devem ser empregadas no plural. Veja: os óculos, as núpcias, as olheiras, os parabéns, os pêsames, as primícias, os víveres, os afazeres, os anais, os arredores, os escombros, as fezes, as hemorróidas, etc .

=> 26 - Pouca gente tem coragem de usar, mas o plural de caráter é caracteres. Então, Carlos pode ser um bom-caráter, mas os dois irmãos dele são dois maus-caracteres.

=> 27 - Cartão de crédito e cartão de visita não pedem hífen. Já cartão-postal exige o tracinho.

=> 28 - Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português...

=> 29 - O exemplo acima foge de uma regrinha que diz o seguinte: os verbos derivados de palavras primitivas grafadas com S formam-se com o acréscimo do sufixo -ar: análise-analisar, pesquisa-pesquisar, aviso-avisar, paralisia-paralisar, etc .

=> 30 - Censo é de recenseamento; senso refere-se a juízo. Veja: O censo deste ano deve ser feito com senso crítico.

=> 31 - Você não bebe a champanhe. Bebe o champanhe. É, portanto, palavra masculina.

=> 32 - Cidadão só tem um plural: cidadãos.

=> 33 - Cincoenta não existe. Escreva sempre cinqüenta.

=> 34 - Ainda tem gente que erra quando vai falar gratuito e dá tonicidade ao i, como de fosse gratuíto. O certo é gratUito, da mesma forma que pronunciamos intUito, circUito, fortUito, etc.Falamos mais forte a letra U: gratUito.

=> 35 - E ainda tem gente que teima em dizer rúbrica, em vez de rubrica, com a sílaba bri mais forte que as outras. Escreva e diga sempre rubrIca.Falamos mais forte a sílaba BRI.

=> 36 - Ninguém diz eu coloro esse desenho. Dói no ouvido. Portanto, o verbo colorir é defectivo (defeituoso) e não aceita a conjugação da primeira pessoa do singular do presente do indicativo. A mesma coisa é o verbo abolir. Ninguém é doido de dizer eu abulo. Pra dar um jeitinho, diga: Eu vou colorir esse desenho. Eu vou abolir esse preconceito.

=> 37 - Outro verbo danado é computar. Não podemos conjugar as três primeiras pessoas: eu computo, tu computas, ele computa. A gente vai entender outra coisa, não é mesmo? Então, para evitar esses palavrões, decidiu-se pela proibição da conjugação nessas pessoas. Mas se conjugam as outras três do plural: computamos, computais, computam.

=> 38 - Outra vez atenção: os verbos terminados em -uar fazem a segunda e a terceira pessoa do singular do presente do indicativo e a terceira pessoa do imperativo afirmativo em -e e não em -i. Observe: Eu quero que ele continue assim. Efetue essas contas, por favor. Menino, continue onde estava.

=> 39 - A propósito do item anterior, devemos lembrar que os verbos terminados em -uir devem ser escritos naqueles tempos com -i, e não com -e. Veja: Ele possui muitos bens. Ela me inclui entre seus amigos de confiança. Isso influi bastante nas minhas decisões. Aquilo não contribui em nada com o progresso .

=> 40 - Coser significa costurar. Cozer é que significa cozinhar.

=> 41 - O correto é dizer deputado por São Paulo, senador por Pernambuco, e não deputado de São Paulo e senador de Pernambuco.

=> 42 - Descriminar é absolver de crime, inocentar. Discriminar é distinguir, separar. Então dizemos: Alguns políticos querem descriminar o aborto. Não devemos discriminar os pobres .

=> 43 - Dia a dia (sem hífen) é uma expressão adverbial que quer dizer todos os dias , dia após dia. Por exemplo: Dia a dia minha saudade vai crescendo. Enquanto que dia-a-dia é um substantivo que significa cotidiano e admite o artigo: O dia-a-dia dessa gente rica deve ser um tédio .

=> 44 - Custas só se usa na linguagem jurídica para designar 'despesas feitas no processo'. Portanto, devemos dizer: " O filho vive à custa do pai". No singular.

=> 45 - A palavra dó (pena) é masculina. Portanto, sentimos muito dó daquela moça.

=> 46 - Nas expressões é muito, é pouco, é suficiente, o verbo SER fica sempre no singular, sobretudo quando denota quantidade, distância, peso. Ex: Dez quilos é muito. Dez reais é pouco. Dois gramas é suficiente .

=> 47 - Há duas formas corretas de dizer: é proibido entrada, e é proibida a entrada. Observe a presença do artigo a na segunda locução.

=> 48 - Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.

=> 49 - Cuidado: emergir é vir à tona , vir à superfície. Por exemplo: O monstro emergiu do lago. Mas imergir é o contrário: é mergulhar, afundar. Veja o exemplo: O navio imergiu em alto-mar.

=> 50 - A confusão é grande, mas se admitem as três grafias: enfarte, enfarto e infarto.

=> 51 - Outra dúvida: nunca devemos dizer estadia em lugar de estada. Portanto, a minha estada em São Paulo durou dois dias. Mas a estadia do navio em Santos só demorou um dia . Portanto, estada para permanência de pessoas, e estadia para navios ou veículos.

=> 52 - E não esqueça: exceção é com ç, mas excesso é com dois s.

=> 53 - Lembra-se dos verbos defectivos? Lá vai mais um: falir. No presente do indicativo só apresenta a primeira e a segunda pessoa do plural: nós falimos, vós falis . Já pensou em conjugá-lo assim: eu falo, tu fales... Horrível, né?

=> 54 - Todas as expressões adverbiais formadas por palavras repetidas dispensam a crase: frente a frente , cara a cara, gota a gota, face a face, etc.

=> 55 - Outra vez, tome cuidado. Quando for ao SUPERMERCADO, peça duzentos ou trezentos gramas de presunto, e não duzentas ou trezentas .. Quando significa unidade de massa, grama é substantivo masculino. Se for a relva, aí sim, é feminino: não pise a grama; a grama está bem crescida.

=> 56 - É freqüente se ouvir no rádio ou na TV os entrevistados dizerem: Há muitos anos atrás... Talvez nem saibam que estão construindo uma frase redundante. Afinal, "há " já dá idéia de passado. Ou se diz simplesmente Há muito anos. ou Muitos anos atrás. Escolha. Mas não junte o há com atrás.

=> 57 - Cuidado nessa arapuca do português: as palavras paroxítonas terminadas em -n recebem acento gráfico, mas as terminadas em -ns não recebem: hífen, hifens; pólen, polens.

=> 58 - Atenção: Ele interveio na discórdia, e não interviu. Afinal, o verbo é intervir, derivado de vir.

=> 59 - Item não leva acento. Nem seu plural itens.

=> 60 - O certo é a libido, feminino. Devo dizer: Minha libido hoje não tá legal .

=> 61 - Todo mundo gosta de dizer magérrima, magríssima, mas o superlativo de magro é macérrimo.

=> 62 - Antes de particípios não devemos usar melhor nem pior . Portanto, devemos dizer: os alunos mais bem preparados são os do 2º grau. E nunca: os alunos melhor preparados ....

=> 63 - Essa história de mal com l, e mau com u, até já cansou. É só decorar: Mal é antônimo de bem, e mau é antônimo de bom. É só substituir uma por outra nas frases para tirar a dúvida.

=> 64 - Pronuncie máximo, como se houvesse dois s no lugar do x (mássimo).

=> 65 - Toda vez que disser " É meio-dia e meio" você estará errando. O certo é: meio-dia e meia. Ou seja, meio dia e meia hora .

=> 66 - Não tenho nada a ver com isso é o certo e não haver com isso é errado.

=> 67 - Nem um nem outro leva o verbo para o singular: Nem um nem outro conseguiu cumprir o que prometeu .

=> 68 - Toda vez que usar o verbo gostar tenha cuidado com a ligação que ele tem com a preposição de. Ex: a coisa de que mais gosto é passear no parque. A pessoa de que mais gosto é minha mãe.

=> 69 - Lembre-se: pára, com acento, é do verbo parar, e para , sem acento, é a preposição. Portanto:Ele não pára de repetir para o amigo que tem um CARRO NOVO.

=> 70 - E tem mais: pelo , sem acento, é preposição (contração da preposição por com o artigo o) e pêlo, com acento, é o cabelo.

=> 71 - E quer mais? Pêra, a fruta, leva acento, só para diferenciar de uma antiga preposição também chamada pera. Já o plural dispensa o acento: peras. Dá pra entender? O jeito é decorar.

=> 72 - Ainda tem mais uma palavra com acento diferencial: pôde, terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do verbo poder.Usamos para o passado! É para diferenciar de pode, a forma do presente. Então dizemos:Ele até que pôde fazer tudo aquilo, mas hoje não pode mais. Percebeu a diferença?

=> 73 - Pôr só leva acento quando é verbo: Quero pôr tudo no seu devido lugar. Mas se for preposição, não leva acento: Por qualquer coisa, ele se contenta.

=> 74 - Fique atento: nunca diga nem escreva 1 de abril, 1 de maio. Mas sempre: primeiro de abril, primeiro de maio. Prevalece o ordinal.

=> 75 - É chato, pedante ou parece ser errado dizer 'quando eu vir Maria, darei o recado a ela' . Mas esse é o emprego correto do verbo ver no futuro do subjuntivo.Certo: Se eu vir, quando eu vir. Isto é certo para o verbo VER(olhar). Mas quando é o verbo vir (andar) que está na jogada, a coisa muda: quando eu vier, se eu vier. Então, prestem atenção, pois esta regra quase nunca é usada e nem entendida...

=> 76 - Só use quantia para somas em dinheiro. Para o resto, pode usar quantidade. Veja: Recebi a quantia de 20 mil reais. Era grande a quantidade de animais no meio da pista.

=> 77 - O prefixo recém sempre se separa por hífen da palavra seguinte e deve ser pronunciado como oxítona: recém-chegado de Londres.

=> 78 - Não esqueça: retificar é corrigir , e ratificar é comprovar, reafirmar : 'Ratifico o que disse e retifico meus erros'.

=> 79 - Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse -im. Não tem cabimento outra pronúncia.

=> 80 - Fique atento: só empregamos São antes de nomes que começam por consoante: São Mateus, São João, São Tomé, etc. Se o nome começa por vogal ou h, empregamos Santo: Santo Antonio, Santo Henrique, etc.

=> 81 - E lembre-se: Seção, com ç, quer dizer parte de um todo, departamento: a seção eleitoral, a seção de esportes . Já sessão, com dois s, significa intervalo de tempo que dura uma reunião ,uma assembléia, um acontecimento qualquer: A sessão do cinema demorou muito tempo. A sessão espírita terminou.

=> 82 - Não confunda: SENÃO, juntinho, quer dizer caso contrário. E se não, separado, equivale a se por acaso não. Veja: Chegue cedo, senão eu vou embora. Se não chegar cedo, eu vou embora. Percebeu a diferença?

=> 83 - Tire esta dúvida: quando SÓ é adjetivo equivale a sozinho e varia em número,ou seja, pode ir para o plural. Mas SÓ como advérbio, quer dizer somente. Aí não se mexe. Veja: Brigaram e agora vivem SÓS (sozinhos). SÓ (somente) um bom diálogo os trará de volta.

=> 84 - É comum vermos no rádio e na TV o entrevistado dizer: "O que nos falta são subzídios ". Quer dizer, fala com a pronúncia do z. Mas não é: pronuncia-se ss. Portanto, escreva subsídio e pronuncie subssídio.

=> 85 - Taxar quer dizer tributar, fixar preço. Tachar é atribuir defeito, acusar.

=> 86 - E nunca diga: Eu torço para o Flamengo. Quem torce de verdade, torce pelo Flamengo.

=> 87 - Todo mundo tem dúvida, mas preste atenção: 50% dos estudantes passaram nos testes finais. Somente 1% terá condições de pagar a mensalidade. Acreditamos que 20% do eleitorado se abstenha de votar nas próximas eleições . Mais exemplos: 10% estão aptos a votar, mas 1% deles preferem fugir das urnas. Quer dizer, concorde com o mais próximo e saiba que essa regra é bastante flexível.

=> 88 - Um dos que deixa dúvidas. Há gramáticos que aceitam o emprego do singular depois dessa expressão. Mas pela norma culta, devemos pluralizar: Eu sou um dos que foram admitidos. Sandra é uma das que ouvem rádio .

=> 89 - Veado se escreve com e, e não com i.

=> 90 - Esse português da gente tem cada uma: tem viagem com g e viajem com j. Tire a dúvida: viagem é o substantivo: A viagem foi boa. Viajem é o verbo: Caso vocês viajem, levem tudo.

=> 91 - O prefixo vice sempre se separa por hífen da palavra seguinte: vice-prefeito, vice-governador, vice-reitor, vice-presidente, vice-diretor, etc.

=> 92 - Geralmente, se usa o x depois da sílaba inicial -en: enxaguar, enxame, enxergar, enxaqueca, enxofre, enxada, enxoval, enxugar, etc . Mas cuidado com as exceções: encher e seus derivados (enchimento, enchente, enchido, preencher, etc ) e quando -en se junta a um radical iniciado por ch:encharcar (de charco), enchumaçar (de chumaço), enchiqueirar (de chiqueiro), etc.

=> 93 - Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.

=> 94 - Ciclo vicioso não existe. O correto é círculo vicioso.

=> 95 - E qual a diferença entre achar e encontrar? Use achar para definir aquilo que se procura, e encontrar para aquilo que, sem intenção nenhuma, se apresenta à pessoa. Veja: Achei finalmente o que procurava. Maria encontrou uma corda debaixo da cama. Jorge achou o gato dele que fugiu na semana passada.

=> 96 - Adentro é uma palavra só: Meteu-se porta adentro. A lua sumiu noite adentro.

=> 97 - Não existe adiar para depois. Isso é redundante, porque adiar só pode ser para depois.

=> 98 - Afim (juntinho) tem relação com afinidade: gostos afins, palavras afins. A fim de (separado) equivale a para: Veio logo a fim de me ver bem vestido.

=> 99 - Pode parecer meio estranho, mas pode conjugar o verbo aguar normalmente: eu águo, tu águas, ele água, nós aguamos, vós aguais, eles águam.

=> 100 - Centigrama é palavra masculina: dois centigramas.

=> 101 - Cal é palavra feminina (a cal).

=> 102 - Estudo porque gosto. (conjunção causal).

=> 103 - Se os dois se amam por que não se casam? (Por qual motivo?)

=> 104 - Esse "porquê", é o mais confundido. (substantivo, junto, acentuado)

=> 105 - Por que você se atrasou? ( interrogativa, separado)

=> 106 - Então, diga por quê? (interrogativa no final da oração acentuado).

=> 107 - Mais uma regrinha de ouro: Mulher SEMPRE diz "OBRIGADA" ao agradecer.

TEXTO

TEXTO: 1° Texto

Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco. (Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

1) Pode-se afirmar, com base nas idéias do autor-personagem, que se trata: 
a) de um texto jornalístico 
b) de um texto religioso 
c) de um texto científico 
d) de um texto autobiográfico 
e) de um texto teatral

2) Para o autor-personagem, é menos comum: 
a) começar um livro por seu nascimento. 
b) não começar um livro por seu nascimento, nem por sua morte. 
c) começar um livro por sua morte. 
d) não começar um livro por sua morte. 
e) começar um livro ao mesmo tempo pelo nascimento e pela morte.

3) Deduz-se do texto que o autor-personagem: 
a) está morrendo. 
b) já morreu. 
c) não quer morrer. 
d) não vai morrer. 
e) renasceu.

4) A semelhança entre o autor e Moisés é que ambos: 
a) escreveram livros. 
b) se preocupam com a vida e a morte. 
c) não foram compreendidos. 
d) valorizam a morte. 
e) falam sobre suas mortes.

5) A diferença capital entre o autor e Moisés é que: 
a) o autor fala da morte; Moisés, da vida. 
b) o livro do autor é de memórias; o de Moisés, religioso. 
c) o autor começa pelo nascimento; Moisés, pela morte. 
d) Moisés começa pelo nascimento; o autor, pela morte. 
e) o livro do autor é mais novo e galante do que o de Moisés.

6) Deduz-se pelo texto que o Pentateuco: 
a) não fala da morte de Moisés. 
b) foi lido pelo autor do texto. 
c) foi escrito por Moisés. 
d) só fala da vida de Moisés. 
e) serviu de modelo ao autor do texto.

7) Autor defunto está para campa, assim como defunto autor para: 
a) intróito 
b) princípio 
c) cabo 
d) berço 
e) fim

8) Dizendo-se um defunto autor, o autor destaca seu (sua): 
a) conformismo diante da morte ; 
b) tristeza por se sentir morto 
c) resistência diante dos obstáculos trazidos pela nova situação 
d) otimismo quanto ao futuro literário 
e) atividade apesar de estar morto

GABARITO:
1-d 2-c 3-b 4-e 5-d 6-c 7-d 8-e

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