10 de março de 2013

ATIVIDADES DO 6º AO 9º ANO

TEXTOS DIVERSOS: Tatuagem
Enfermeira inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para
não proceder a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca.
(Mundo Online, 4, fev., 2003)

Ela não era enfermeira (era secretária), não era inglesa (era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42; bela mulher, muito conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi procurar um  tatuador, com o recorte da notícia. O homem não comentou: perguntou apenas o que era para ser tatuado.
– É bom você anotar – disse ela – porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar.
– “Em caso de que eu tenha uma parada cardíaca” – ditou ela –, “favor não proceder à ressuscitação”.
Uma pausa, e ela continuou:
– “E não procedam à ressuscitação, porque não vale a pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
Ele continuou escrevendo, sem dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando.(...). Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a história (...). E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la.
– Desculpe, disse, mas para eu tatuar tudo o que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro mulheres.
Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali perto.
Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem. (...). Ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu próprio peito. Nada de muito artístico (...). Mas cada vez que ela vê essa tatuagem, ela se sente reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como se tivesse vivendo uma nova, e muito melhor, existência.

(Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo, 10/03/2003.)

1- O trecho da crônica que mostra que o cronista inspirou-se em um fato real é
(A) a notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.
(B) as manobras de ressuscitação praticadas pelos médicos.
(C) a reprodução da conversa entre a secretária e o tatuador.
(D) a história de amor entre a secretária e o tatuador.

2- O fato gerador do conflito que constrói a crônica é a secretária
(A) ser mais jovem que a enfermeira da notícia.          (B) concluir que a vida não vale a pena.
(C) achar romântica a história da enfermeira              (D) ter se envolvido com o tatuador.

3- Um trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa.”
(B) “O homem não comentou; perguntou apenas o que era para ser tatuado.”
(C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
(D) “Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde.”

4- O trecho do texto que retrata a consequência após o encontro da secretária com o tatuador é
(A) “Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia”.
(B) “Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
(C) “E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.

É preciso se levantar cedo?
A partir do momento em que a lógica popular desenrola diante de nós sua sequência de surpresas, é inevitável que vejamos surgir a figura do grande contador de histórias turco, Nasreddin Hodja. Ele é o mestre nessa matéria. Aos seus olhos a vida é um despropósito coerente, ao qual é fundamental que nós nos acomodemos.
Deste modo, quando era jovem ainda, seu pai um dia lhe disse:
– Você devia se levantar cedo, meu filho.
– E por quê, pai?
– Porque é um hábito muito bom. Um dia eu me levantei ao amanhecer e encontrei um saco de ouro no meu caminho.
– Alguém o tinha perdido na véspera, à noite?
– Não, não – disse o pai. – Ele não estava lá na noite anterior. Senão eu teria percebido ao voltar para casa.
– Então – disse Nasreddin –, o homem que perdeu o ouro tinha se levantando ainda mais cedo. Você está vendo que esse negócio de levantar cedo não é bom para todo mundo.

(CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Códex, 2004.)

5- O diálogo entre pai e filho permite entender que
(A) pai e filho não se dão bem.                             (B) pai e filho têm os mesmos hábitos.
(C) pai e filho encontraram um saco de ouro.        (D) pai e filho pensam de forma diferente.

6- O uso do vocábulo “então”, que abre a fala final de Nasreddin, serve para que apresente ao seu pai
(A) a conclusão que tirou da resposta.               (B) a hora de encerrarem aquela conversa.
(C) a justificativa para acordar mais tarde.      (D) a hipótese de que estava com a razão.

O silêncio do rouxinol
[...]
Na época de Salomão, o melhor dos reis, um homem comprou um rouxinol que possuía uma voz excepcional. Colocou-o numa gaiola em que nada faltava ao pássaro e na qual ele cantava, horas a fio, para encanto da vizinhança.
Certo dia, em que a gaiola havia sido transportada para uma varanda, outro pássaro se aproximou, disse qualquer coisa ao rouxinol e voou. A partir desse momento, o incomparável rouxinol emudeceu.
Desesperado, o homem levou seu pássaro à presença do profeta Salomão, que conhecia a linguagem dos animais, e lhe pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.
O rouxinol disse a Salomão:
– Antigamente eu não conhecia nem caçador, nem gaiola. Depois me apresentaram a uma armadilha, com uma isca bem apetitosa, e caí nela, levado pelo meu desejo. O caçador de pássaros levou-me, vendeu-me no mercado, longe da minha família, e fui parar na gaiola deste homem que aí está. Comecei a me lamentar noite e dia, lamentos que este homem tomava por cantos de gratidão e alegria. Até o dia em que outro pássaro veio me dizer: “Pare de chorar, porque é por causa dos seus gemidos que eles o mantêm nessa gaiola”. Então, decidi me calar.
Salomão traduziu essas poucas frases para o proprietário do pássaro. O homem se perguntou: “De que adianta manter preso um rouxinol, se ele não canta?”. E lhe devolveu a liberdade.

CARRIÈRE. Jean-Claude. O círculo dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Códex, 2004.

7- O fato que gera o conflito na história é o pássaro
(A) possuir uma voz excepcional.    (B) ter emudecido.   (C) ser um rouxinol.    (D) encantar a vizinhança.

8- No trecho “...cantava, horas a fio, para encanto da multidão.”, a expressão “horas a fio” tem o sentido de
(A) de vez em quando.   (B) durante muito tempo.
(C) pousado em um fio.  (D) sem cobrar por isso.

9- A decisão de não mais cantar, comunicada pelo rouxinol a Salomão, que a traduziu para o homem, teve, como consequência, o homem
(A) não entender a tradução.   (B) ficar desesperado.   (C) libertar o rouxinol.    (D) silenciar o rouxinol.

10- O trecho do texto que contém uma opinião é
(A) “Na época de Salomão, o melhor dos reis,...”  
(B) “Pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.”...
(C) “Comecei a me lamentar noite e dia,...”             
(D) “E lhe devolveu a liberdade.”

As questões dessa prova foram retiradas do site: 
http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
1 - (A) a notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.

2 - (B) concluir que a vida não vale a pena.

3 - (C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”

4 -(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.

5 - (D) pai e filho pensam de forma diferente.

6 - (A) a conclusão que tirou da resposta.

7 - (B) ter emudecido.

8 - (B) durante muito tempo.

9 - (C) libertar o rouxinol.

10 - (A) “Na época de Salomão, o melhor dos reis,...”
Linguagem figurada - 6º ano - com gabarito
1)      Imagine...
         Carolina diz para a amiga: “Gustavo é uma gato”.
         Gustavo comenta: “Carolina é uma gatinha”.
a)     O que cada um deles está querendo dizer?
b)     Gato gata, então, ganharam um novo sentido? Por quê?

2)     A) O vento cochichava segredos no seu ouvido.
B) o menino cochichava segredos no ouvido da menina.
Uma dessas duas frases apresenta uma associação inesperada, pouco comum. Identifique-a e explique o que ela tem de novo.

3)     A) Seu olhar queima.
B) o sol queima.
a)     O que há de comum entre o olhar e o sol?
b)     Em uma das frases, o verbo foi usado em sentido figurado, não é “queimar” de verdade. Identifique-a, justificando sua resposta.

4)     Joana tem olhos brilhantes. As estrelas brilham no céu.
         Compare, numa frase, os olhos de Joana com as estrelas:
a)     Usando a palavra “como”;
b)     Eliminando a palavra “como

CANÇÃO

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.

Cecília Meireles. Viagem. In: Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.

5)     Pus o meu sonho num navio /e o navio em cima do mar; / - depois, abri o mar com as mãos, / para o meu sonho naufragar”.
a)     A palavra sonho não está usada no sentido comum, de imagens que acontecem enquanto dormimos. Quando estamos acordados, com o que sonhamos?
b)     Sonho, nesse sentido, então, tem um significado próximo ao de uma dessas palavras: falsidade, ilusão, realidade.escolha a melhor.
c)     O que aconteceu com o sonho do poeta?

6)     a) A quarta estrofe sugere que o poeta não quer o quê?
b) apóie-se no texto e justifique sua resposta.


GABARITO:
1)      a- Cada um está querendo dizer que o outro é bonito.
b- Sim, deixaram de significar o animal, para expressar um elogio

2)     A frase A apresenta um associação inesperada, porque cochichar é ação de pessoa, vento não cochicha.

3)     a- Ambos queimam.
b- Em A, o verbo foi usado em sentido figurado, porque o olhar não queima de verdade, como o sol.

4)     a- Os olhos de Joana brilham como estrelas. Ou: Os olhos de Joana são brilhantes como as estrelas.
b- Os olhos de Joana são estrelas

5)     a- Sonhamos com o que não temos, com as coisas que queríamos poder fazer...
b- Tem um significado próximo de ilusão.
c- O poeta afundou o próprio sonho.

6)     a- A quarta estrofe sugere que o poeta não quer que o sonho volte, pois tudo está perdido mesmo.
b- Ela quer que o navio chegue ao fundo e que o sonho desapareça. 

Avaliação para 5º e/ou 6º ano
Prova de Literatura – Professora: _________________ – Data: ____/_____/_____
Aluno(a): ____________________________________ nº: ______ Turma: ______

A causa da chuva
Não chovia há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma conclusão.
_ Chove só quando a água cai do telhado de meu galinheiro - esclareceu a galinha.
_ Ora, que bobagem! - disse o sapo de dentro da lagoa. - Chove quando a água da lagoa começa a borbulhar suas gotinhas.
_ Como assim? - disse a lebre. - Está visto que só chove quando as folhas das árvores começam a deixar cair as gotas d'água que têm dentro.
Nesse momento começou a chover.
_ Viram? - gritou a galinha. - O telhado de meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!
_ Ora, não vê que a chuva é a água da lagoa borbulhando? - disse o sapo.
_ Mas, como assim? - tornou a lebre - Parecem cegos! Não vêem que a água cai das folhas das árvores?
                                                                                                                       Millôr Fernandes

1- O trecho do texto que indica um fato é
(A) “...começou a chover.” 
(B) “... diziam que ia demorar...”  
(C) “... que bobagem!”  
(D) “... diziam que ia chover...”

2- A ideia central do texto é apresentar uma discussão sobre
(A) o telhado do galinheiro.   (B) a chuva.   (C) a água da lagoa.   (D) as folhas das árvores.

3- A inquietação dos animais tem como causa
(A) a necessidade de águas nas árvores do lugar.  
(B) a expectativa de chuva no verão na lagoa.
(C) a ausência de água na lagoa onde moravam.      
(D) a falta de chuvas no lugar onde moravam.

Caverna
Houve um dia,
no começo do mundo
em que o homem
ainda não sabia
construir sua casa.

Então disputava
a caverna com bichos
e era aí sua morada.

Deixou para nós
seus sinais,
desenhos desse mundo
muito antigo.

Animais, caçadas, danças,
misteriosos rituais.

Que sinais
deixaremos nós
para o homem do futuro?
                     Roseana Murray. Casas. Belo Horizonte: Formato, 2004.

4- No último verso da segunda estrofe: ”e era aí sua morada, a expressão em destaque pode ser substituída por:  (A) sua casa.   (B) o homem.   (C) do mundo.   (D) com bichos.

Chegou a festa junina!
(Fragmentos)
Antes da era cristã, alguns povos antigos - persas, egípcios, celtas, sírios, bascos, sardenhos, bretões e sumérios - faziam rituais para invocar a fertilidade de suas plantações. Eles acendiam fogueiras para espantar os maus espíritos e desejavam obter uma boa safra. Isso acontecia em junho, época em que se inicia o verão no hemisfério norte. Esses festejos e perpetuaram. Mais tarde, passaram a ser seguidos não só pelos camponeses, mas também pelos homens da cidade na Europa. No entanto, os rituais eram considerados pagãos pela Igreja Católica. Como não era possível dar fim a uma tradição tão antiga, a Igreja adaptou essa celebração a seu calendário de festividades no século 4. Estava iniciada a Festa Joanina, que recebeu este nome em homenagem a São João Batista, um dos santos mais importantes celebrados em junho - os outros são Santo Antônio (no dia 13) e São Pedro (no dia 29).
(http://www.cienciahoje.uol.com.br)
5- A igreja adaptou os rituais a seu calendário de festividades porque
(A) deveria espantar os bons espíritos.  (B) queria perpetuar os festejos na Europa.
(C) desejava manter os rituais no hemisfério norte. 
(D) seria muito difícil romper com as antigas tradições.

6- Em “Esses festejos se perpetuaram.” , o trecho que mantém o sentido da  expressão em destaque é
(A) ... “persas, egípcios, celtas, sírios, bascos, sardenhos, bretões e sumérios - faziam rituais para invocar a fertilidade de suas plantações.”
(B) “Mais tarde, passaram a ser seguidos não só pelos camponeses, mas também pelos homens da cidade na Europa.”
(C) “Isso acontecia em junho, época em que se inicia o verão no hemisfério norte.”
(D) “Estava iniciada a Festa Joanina, que recebeu este nome em homenagem a São João Batista, ...”

Viagem de Bonde
(Fragmentos)
Era o Bonde Engenho de Dentro, ali na Praça Quinze. Vinha cheio, mas como diz, empurrando sempre encaixa. O que provou ser otimismo, porque talvez encaixasse metade ou um quarto de pessoa magra, e a alentada senhora que se guindou ao alto estribo e enfrentou a plataforma traseira junto com um bombeiro e outros amáveis soldados, dela talvez coubesse um oitavo. Assim mesmo, e isso prova bem a favor da elasticidade dos corpos gordos, ela conseguiu se insinuar, ou antes, encaixar. E tratava de acomodar-se gingando os ombros e os quadris à direita e à esquerda, quando o bonde parou em outro poste, e o soldado repetiu o tal slogan do encaixe. E foi subindo − logo quem! − uma baiana dos seus noventa quilos ... E aquela baiana pesava seus noventa quilos mas era nua, com licença da palavra, pois com tanta saia engomada e mais os balangandãs, chegava mesmo era aos cem...
(O Melhor da crônica brasileira. Raquel de Queiroz/Viagem de Bonde.Editora Olympio.Rio de Janeiro/1980.p.53)

7- O trecho que apresenta característica de humor é
(A) “Era o Bonde Engenho de Dentro, ali na Praça Quinze. Vinha cheio, mas como diz, ... “
(B) “Assim mesmo, e isso prova bem a favor da elasticidade dos corpos gordos, ela conseguiu se insinuar, ou antes, encaixar. “
(C) “E aquela baiana pesava seus noventa quilos mas era nua, com licença da palavra, pois com tanta saia engomada e mais os balangandãs, chegava mesmo era aos cem... “
(D) “quando o bonde parou em outro poste, o soldado repetiu o tal slogan do encaixe.“
Prova de Português - 8º ano - Interpretação
Avaliação de Português – 8º ano – Data: __ /__ /__valor: __ – Nota:
Aluno(a): ______________________Nº: _____ Turma : ____

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.
(MACHADO DE ASSIS. Apud Luft, Celso Pedro. Vestibular do português).

Vocabulário: Transplantação - transferir de um lugar ou contexto para outro.

1- Ao ler o texto, concluímos que
(A) as mudanças do português da Europa para o Brasil evitaram inserir ao idioma riquezas novas.
(B) as alterações da língua estão condicionadas às necessidades dos usos e costumes e ao tempo.
(C) o português do século XVI é o mesmo de hoje, não sendo necessário parar a língua no tempo.
(D) os falantes do campo usam expressões atuais da língua mesmo sem sofrerem influência européia.

Vamos imaginar que a indústria farmacêutica desenvolveu uma pílula que pudesse prevenir doenças do coração, obesidade, diabetes e reduzir o risco de câncer, osteoporose, hipertensão e depressão.
Já temos esse remédio. E não custa nada. Está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos. É a atividade física.
(Gro Harlem Brundtland, diretora geral da OMS – Organização Mundial da Saúde) Folha de São Paulo, 6 abr. 2002.

2- De acordo com o texto, o remédio que não custa nada e está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos:   
(A) é uma pílula fabricada pela indústria farmacêutica.
(B) só é encontrado nas farmácias.  
(C) é a atividade física.   
(D) ainda não existe.

O cachorro
As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.
Granatic, Branca. Técnicas Básicas de Redação.

3- No texto, fica claro que haverá um conflito entre as crianças e a mãe, quando as crianças
(A) resolvem levar um cachorro para casa, mesmo sabendo que a mãe seria contra.
(B) levam para casa um cachorro vira-lata, e não um cachorro de raça.
(C) decidem esconder o animal dentro de um armário.   
(D) não deixam o animal ficar na sala.

Jéssica veio do céu
Jéssica é somente uma garota de 11 anos (...). Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de um anjo da guarda. Na noite de domingo, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia em chamas porque um de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo. Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta sufocando com a fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se desesperou. Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um, todos os irmãos para fora. Enquanto fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E sentiu muito medo. Pulou a janela e disparou a correr.
Revista Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004.

4No trecho “Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3 anos, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo”., o trecho destacado se refere a(ao):
(A) Larissa (de 7).  
(B) Letícia (de 3).  
(C) menino (de 8). 
(D) Jéssica (de 11).

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Tchau, tchau
Nunca foi tão fácil secar uma espinha
A gente acha que cuidar da pele dá trabalho. Que nada! Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente nas horas mais impróprias: o primeiro dia de aula ou o encontro com o menino que a gente está a fim. Pele bem cuidada dá uma levantada incrível no visual, né? Então, mãos à obra com a linha Clearskin da Avon, que tem oito produtos que facilitam a nossa vida. Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.
Borgatto, Ana; Bertin, Terezinha, Marchezi, Vera. Tudo é linguagem.

5- Encontramos o registro de linguagem formal em
(A) “A gente acha que cuidar da pele dá trabalho.”
(B) “Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente (...)”
(C) “(...) o encontro com o menino que a gente está a fim.”
(D) “Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.”

Dedé reconhece erro no clássico
Zagueiro vascaíno pede desculpas a Willians e aos torcedores pela expulsão

O zagueiro Dedé, do Vasco, pediu desculpas ontem ao volante Willians, do Flamengo, pela entrada violenta que deu no adversário no empate em 1 a 1 no clássico de domingo, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro.
– (...) Peço desculpas ao companheiro de profissão e ao torcedor do Vasco, pois não queria ter deixado o time (...).
Mas o zagueiro seguiu a linha do técnico Paulo César Gusmão de culpar o juiz (...):
– Deixando de lado minha expulsão, o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado. Inverteu muitas faltas, irritando nosso time, me deu um cartão amarelo após eu ter levado o vermelho.
O Globo – 26/10/2010.

6- O trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Peço desculpas ao companheiro de profissão...”. (l.4)
(B) “... o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.” (l.7-8)
(C) “Deixando de lado minha expulsão...”.(l.7)
(D) “... me deu um cartão amarelo...” (l.8)

Ingenuidade

Na boca da caverna
Gritei, vibrando:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E o eco respondeu,
Lá de dentro da caverna:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E eu, ingênuo, acreditei...
Elias, José. Amor adolescente.

7- A repetição, pelo eu poético, da expressão “TE AMO!” , que ecoou dentro da caverna, reforça
(A) a intensidade da paixão do eu poético.  
(B) a ingenuidade do eu poético.
(C) a beleza do primeiro amor.                    
(D) o eco dentro da caverna.

O Último Computador
Luís Fernando Veríssimo

Um dia, todos os computadores do mundo estarão ligados num único e definitivo sistema, e o centro do sistema será na cidade de Duluth, nos Estados Unidos. Toda memória e toda informação da humanidade estarão no Último Computador. As pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc. Tudo o que quiserem fazer – compras, contas, reservas – e tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo. Todos os lares do mundo terão terminais do Último Computador. Haverá telas e botões do Último Computador em todos os lugares frequentados pelo homem, desde o mictório ao espaço. E um dia, um garoto perguntará a seu pai:
– Pai, quanto é dois mais dois?
– Não pergunte a mim, pergunte a Ele.
O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá na tela mais próxima. E, então, o garoto perguntará:
– Como é que eu sei que isso está certo?
– Ora, ele nunca erra.
– Mas se desta vez errou?
– Não errou. Conte nos dedos.
– Contar nos dedos?
– Uma coisa que os antigos faziam. Meu avô me contou. Levante dois dedos, depois mais dois... Olhe aí. Um, dois, três, quatro. Dois mais dois quatro. O computador está certo.
– Bacana. Mas, pai: e 366 mais 17? Não dá para contar nos dedos. Jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou não.
– É...
– E se for mentira do Computador?
– Meu filho, uma mentira que não pode ser desmentida é a verdade.
Quer dizer, estaremos irremediavelmente dominados pela técnica, mas sobrará a filosofia.

8- No trecho: O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá
na tela mais próxima. A expressão destacada significa o mesmo que
(A) depois de muito tempo.  
(B) em um minuto.   
(C) muito rápido.   
(D) durante mil anos.

9- O Último Computador será criado porque
(A) “as pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc”.
(B) “(...) tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo”.
(C) “(...) jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou errada”.
(D) “(...) estaremos irremediavelmente dominados pela técnica (...)”.

A Mulher no Brasil
A história da mulher no Brasil, tal como a das mulheres em vários outros países, ainda está por ser escrita. Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo, o que inclui a América Latina. Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são quase todos meros registros de impressões, mais do que de fatos, autos-de-fé quanto à natureza das mulheres ou rápidas biografias de brasileiras notáveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientação dos autores do que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanças ocorridas no século XX reforçam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreensão históricas do papel, da condição e das atividades da mulher no Brasil.

(fragmento) Hahner, June E.

10- Considerando o fragmento lido, podemos afirmar que
(A) quanto à existência de um estudo histórico sobre seu papel na sociedade, a mulher brasileira assemelha-se à de várias partes do mundo.
(B) excetuando-se as rápidas biografias de brasileiras notáveis, as demais obras sobre a mulher no Brasil estão impregnadas de informações sobre o seu valor na sociedade.
(C) as modificações de nosso século reforçam a necessidade de que se escreva uma verdadeira história da mulher no Brasil.
(D) os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são registros baseados em fatos inquestionáveis numa perspectiva histórica.

Cadernos de João
(…) Na última laje de cimento armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.
De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas.
O mensageiro subiu e gritou:
- Verdejou, pessoal!
Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.
Parada a obra.
Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no Nordeste.
(Anibal Machado, Cadernos de João )

11- De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa
(A) a saudade dos trabalhadores.      
(B) o mar sem jangadas.
(C) a parada da obra.                         
(D) a chuva caindo no Nordeste.
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As questões dessa prova foram retiradas do site: 
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Prova 6º ano - Interpretação
Prova de Literatura - 6º ano - Aluno(a)____________nº: ____ Turma: ___


A LUA NO CINEMA
A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.
Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!
Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.
A lua ficou tão triste
com aquela história de amor,
que até hoje a lua insiste:
– Amanheça, por favor!

Paulo Leminski. Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1993.

1 - Nos versos “Não tinha porque era apenas / uma estrela bem pequena” da segunda estrofe do poema, o uso da palavra “porque” introduz
(A) a causa de não ter namorado.  
(B) uma oposição a um filme engraçado.
(C) a consequência de uma história de amor.  
(D) uma comparação do tamanho da estrela com a intensidade da luz.

2- Este poema
(A) explica o nascimento do cinema.  
(B) faz a propaganda de um filme engraçado.
(C) apresenta as características de uma lua solitária. 
(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.

POR ONDE ANDARÁ SEVERINO?
A última ariranha-azul em liberdade no mundo mora no Brasil, mas está desaparecida há dois meses. Se não for encontrada, a espécie corre o risco de extinção.
Apelidada de Severino, a ave habita a região de Curuçá, no sertão da Bahia. Segundo a coordenação de comitê de Recuperação da Ariranha-Azul, uma equipe de estudiosos e moradores já esta à procura de Severino. Há suspeitas de que ele tenha sido atacado por gaviões.
A ariranha-azul é a menor arara brasileira que existe, mede menos de 30 centímetros e pesa cerca de 400 gramas. Hoje há cerca de 40 espécies em cativeiro no mundo todo (no Brasil são sete). Seu pequeno tamanho e a beleza da cor azul infelizmente atraem os traficantes de animais, que caçam e vendem as ararinhas como animais domésticos.
O Estado de S. Paulo, 9/12/2000. Estadinho.

3- A finalidade deste texto é
(A) divulgar a beleza das aves de nosso país.   
(B) informar que gaviões são animais predadores.
(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
(D) convidar as pessoas a visitarem a região de Curuçá, no sertão da Bahia.

O CONTO DA MENTIRA
    Rogério Augusto
Todo dia Felipe inventava uma mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir. Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque mentia...

4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque
(A) começou a escrever um conto.                                   
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV.  
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.

5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo destacado substitui
(A) pai de Felipe.  
(B) Pinóquio.  
(C) cachorro.  
(D) Felipe.

6- No desfecho do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.          
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.

Olá, mãe!

Mãe, eu queria te dizer ...
(não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
mas te chamando de mãe
deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)

Mãe, eu queria te dizer
(sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
que amar virou uma coisa difícil
e muitas vezes o que parece ingratidão,
ou até indiferença,
é apenas a semente do amor
que brotou de um jeito diferente
e amadureceu diferente
no atrapalhado coração da gente.

Acho que era isso, mãe,
o que eu queria te dizer.
(Carlos Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo: Moderna, 1995.)

7- O eu poético deseja, por meio deste texto,
(A) demonstrar seu sentimento de amor.       
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.

8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de
(A) um conto.  
(B) um poema.  
(C) uma crônica.  
(D) uma propaganda.

9- O verso que comprova para quem o texto foi escrito é
(A) “acho que era isso, mãe...”                 
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”   
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”

10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses para
(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.

Irapuru – o canto que encanta
Certo jovem, não muito belo, era admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada. Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a primavera.
Certo dia, já próximo do grande dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. Não podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então, transformou a alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza, possui um canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a
alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.
(Waldemar de Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo: FTD, 1997.)

11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porque
(A) apaixonou-se por uma índia de outra tribo.         
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma árvore.                          
(D) foi mordido por uma cobra.

12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro parágrafo do texto “Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia.   (B) ao certo jovem.   (C) à bela Mainá.   (D) a sua tribo.

13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã
(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.  
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o casamento.        
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.

A lebre e a tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.
A lebre vivia caçoando da lentidão da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém firmes.
Logo a lebre ultrapassou a adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e
resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
Moral da história: Devagar se vai ao longe!
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29

14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da tartaruga é
(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.          
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.

15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos personagens é
(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.

16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que
(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.

17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o tipo de personagens
e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como
(A) receita.    (B) fábula.   (C) campanha publicitária.   (D) história em quadrinhos.

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As questões dessa prova foram retiradas do site: 
http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
1-(A) a causa de não ter namorado. 
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor. 
8-(B) um poema. 
9-(A) “acho que era isso, mãe...” 
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem. 
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru. 
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar. 
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.


Papo maluco
            O sujeito entra num bar, senta-se à mesa e logo um garçom aparece.
— Boa noite, o que o senhor toma?
— Tomo vitamina C pela manhã, o ônibus para ir ao serviço e uma aspirina quando tenho dor de cabeça.
— Desculpe, mas acho que não fui claro.  Eu quis dizer do que é que o senhor gostaria?
— Ah! Tudo bem! Gostaria de ter um Ferrari, de casar com a Gisele Bündchen e mandar a minha sogra para o inferno.
— Não é nada disso, meu senhor! — Continua o garçom, ainda calmo. — Eu só gostaria de saber o que o senhor deseja de beber.
— Ah! É isso? Bem... o que é que você tem?
E o garçom:
— Eu? Nada, não! Só tô um pouco chateado porque o meu time perdeu pro São Caetano.

Norma Ferreira da Silva (por e-mail) Uberlândia – MG Almanaque Drogasil, ano 1, nº 1, maio de 2004, p.22.

6-     Por que o texto recebeu o título Papo maluco?
7-     Como o garçom poderia ter abordado o freguês para ser entendido logo na primeira fala?
8-     E a fala do freguês, como poderia ter sido mais clara?
9-     Na segunda fala do freguês, que expressão nos leva a pensar que ele passou a entender o garçom?
10- Como o garçom age em relação ao freguês? Por quê?


GABARITO:
1-      Desenho, quadrinhos.
2-     a) Os personagens são a moça e a mãe. Há diálogo entre eles, porque estão conversando.
      b) Não, a fala da mãe é adivinhada pelas respostas da filha.
3-     Respostas variadas.
4-     Preguiça, sono, cansaço, enjoo.
5-     a) Sim, a mãe continua mandando na filha, porque a figura da galinha que representa a mãe é muito maior.
      b) Sim, ela esconde a filha debaixo da asa.
6-     Porque quando o leitor pensa que é só o freguês que não entende o que o garçom quer dizer, este passa a agir da mesma forma que o freguês.
7-     No próprio texto, temos: “Eu só gostaria de saber o que o senhor quer beber”.
8-     Sugestão: O que é que você tem pra beber?
9-     “Ah! Tudo bem”!
10-  Age com calma, educadamente. Afinal, na condição de servir o freguês, o garçom tem de ser atencioso, paciente e respeitar pequenos deslizes, provocações ou mesmo algumas atitudes estranhas para que o cliente tenha boa impressão sobre os serviços prestados no local.

Atividades de interpretação - 8º e 9º
Conversa de botequim
Vadico e Noel Rosa

Seu garçom faça o favor
De me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada,
Um pão bem quente com manteiga à beça,
Um guardanapo
E um copo d`água bem gelada
Fecha a porta da direita
Com muito cuidado
Que eu não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol

Se você ficar limpando a mesa,
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro

Telefone ao menos uma vez
Para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa
No cabide ali em frente

1)     Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem fala e quem escuta nessa “conversa”.
a)     A quem a personagem que fala na canção se dirige?
b)     Quem é a personagem que fala?

2)     Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando também no título, como você explicaria esse fato?

3)     No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.

4)     Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao garçom? Por quê?

5)     Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a)     O que ele pede?
b)     Esses pedidos são adequados à situação?

6)     Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a)     Quais são eles?
b)     Esses pedidos são adequados à situação?

7)     Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a)     O que ele pede ao garçom?
b)     Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente peça a um garçom.
c)     Como o botequim é chamado pelo cliente?
d)     O que esse cliente vai fazer no botequim?

8)     Por ser o fragmento de um diálogo, “Conversa de botequim” reforça a coloquialidade própria do gênero canção. Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.


Gabarito:
1)     Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem fala e quem escuta nessa “conversa”.
a.      A quem a personagem que fala na canção se dirige? Ao garçom.
b.      Quem é a personagem que fala? O cliente de um bar ou botequim.

2)     Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando também no título, como você explicaria esse fato? A canção imita a fluidez e a coloquialidade da fala.

3)     No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.

4)     Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao garçom? Por quê?
Os verbos estão no imperativo. Eles definem o tipo de relação que se estabelece entre as personagens da canção.
5)     Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a.      O que ele pede?
Um média (xícara de café com leite), um pão quente com manteiga, um guardanapo e uma gelada.

b.      Esses pedidos são adequados à situação?
Sim, pois são pedidos de um cliente a um garçom de botequim.
6)     Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a.      Quais são eles?
Para que o garçom não limpe a mesa e para que traga uma caneta, um tinteiro, um envelope um cartão, palitos, cigarro, revistas, isqueiro e cinzeiro.
b.      Esses pedidos são adequados à situação?
Não são mais pedidos apropriados a um botequim, pois incluem itens encontrados na tabacaria ou na papelaria.
7)     Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a.      O que ele pede ao garçom?
Pede para que o garçom ligue para um número e ordene a um tal de Osório que mande um guarda-chuva; pede dinheiro emprestado e pede para que o gerente “pendure” a conta.
b.      Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente peça a um garçom.
Os pedidos da última estrofe são inusitados, o que ajuda a produzir o humor na canção. Eles imitam uma relação de patrão com empregado, ou de pessoa muito “espaçosa”, em ambiente familiar.
c.      Como o botequim é chamado pelo cliente?
Nosso escritório.
d.      O que esse cliente vai fazer no botequim?
Provavelmente, ele é um poeta, um sambista que vai ao botequim para compor suas canções.


CRIME MAIS QUE PERFEITO
Quando o furgão contornou a esquina e parou diante do nº 168, Davi abriu a caderneta e anotou: Quinta-feira, chegada, 4h 15min. Assistiu ao leiteiro que, com passadas rápidas, deixou o litro de leite à porta e retornou ao furgão, posto logo em movimento. Davi escreveu: saída, 4h 20 min. Embolsou a caderneta, desprendeu-se do pilar que lhe servia de esconderijo. Planejava o crime original.
Voltara para casa assim como saíra, invisível. Subiu a escada, parou no corredor. O quarto de tia Olga fechado, mas, no de Cláudia, a luz riscava o chão pela fresta da porta. Empurrou-a com cuidado, entrou no quarto e contemplou a irmã adormecida. Para Davi, ela seria sempre uma criança. Os olhos dele foram ficando mansos, os lábios esboçaram um sorriso... Um leve ruído: a adoração se encobriu de trevas.
Com a mesma cautela, saiu para o corredor e logo entrou em seu quarto. A lembrança súbita de Jorge Antar dissipou a beleza deixada em seus olhos pela moça em doce sono. Aquele noivado. Revoltava-se com o amor de Cláudia pelo malandro. Conhecia-o bem: vivia de golpes financeiros, além de possuir, em segredo, um harém. O malandro visava à herança da moça, inocente e apaixonada. Não, Jorge não seria o homem de Cláudia, dessa Cláudia que ele, substituindo o pai ajudara a criar. Há dias, por isso, resolvera mudar seu comportamento, não agravar, com novas rixas, suas relações com a irmã. Recolhera conselhos, reprimira censura e ameaças, enquanto o plano diabólico progredia na ardência do cérebro, como o relógio trabalhando no interior da bomba.
Deitado na cama leu a caderneta: “leiteiro” Segunda-feira, chegada, 4h 08 min. – saída, 4h 15 min.; Quarta-feira, chegada, 4h 05 min. – saída, 4h 12 min. Na última anotação: chegada, 4h 15 min. – saída, 4h 20 min. O furgão parava na rua das Margaridas, nº 168, sempre depois das 4 horas da madrugada, e em sua casa às 3 horas, mais ou menos. Plano feito, perfeito. E mais perfeito ainda, porque Cláudia, conforme havia dito, iria passar o fim de semana, na capital, fazendo compras e preparando seu espírito para o casamento.
Davi já conhecia todos os hábitos de Jorge: no sábado, acordava mais cedo, tomava seu desjejum e saía de casa para o “trabalho”, antes da criada entrar em serviço. Aquele plano era exato como a sucessão das horas, infalível como a própria morte...
Sexta-feira, a véspera da perfeição. A noite demorou, mas acabou gerando a madrugada. O motor do caminhão forçou a marcha. Era o leiteiro virando a esquina. Davi ouviu a parada em frente de sua casa; o tilintar de vidros. Os passos de retorno, a batida do portão. Sentou-se na cama, calçou o tênis. Levantou-se, foi à cômoda, abriu a gaveta e meteu o vidrinho no bolso. Apanhando a lanterna, clareou o relógio de pulso: 3h 20min. Calçou as luvas que estavam debaixo do travesseiro. Iluminando o caminho, chegou à sala, abriu a porta, cuidadosamente pegou o litro de leite pelo gargalo e depois seguiu para a copa. Foi à pia, retirou a tampa da vasilha, derramou um pouco de leite, substituindo pelo conteúdo do vidrinho que trouxera. Recolocou a tampa, meteu o litro de leite no bolso largo do casaco. Abotoou o casaco, saiu pela porta da cozinha. Fez sumir na lata de lixo o vidrinho lavado. Luz sobe o pulso: 3h 35 min.
Seguiu para a casa de Jorge, atingindo-a pelos fundos. Agachando-se, escondeu sob o tanque de lavar roupas. Relógio iluminado: 4h.
Depois de dez minutos, o furgão parou em frente à casa. Davi decifrou a jovialidade do entregador pelos passos meio dançados. De novo, os passos. O motor pulsando, a neblina tragando as luzes vermelhas do furgão.
Sempre encostado à parede, Davi caminhou até à porta lateral da casa onde uma pequena entrada o protegia da visão da rua. Na soleira de mármore, aproximou os dois litros de leite.
Levantou-se, enfiou no bolso do casaco o que fora deixado para Jorge, com a mesma precaução, dirigiu-se ao lugar de espera, perto do tanque. Retomou o caminho de volta, pisando sempre na parte cimentada do quintal a fim de não largar vestígios de seu tênis.
A neblina espessa não venceu a intrepidez da caminhada de volta, última pedra do mosaico delituoso. Fechando-se na cozinha de sua casa, sentiu-se liberto. Tonificado pelo descanso de alguns segundos, repôs em seus lugares o casaco, o litro de leite e as luvas. Depois de tirar os tênis, acendeu o isqueiro, aqueceu-lhes as solas para secá-las mais rapidamente. Em seguida, limpou-os com um pano e guardou-os no lugar costumeiro. Preparado para dormir, ingeriu uma pílula. Caiu na cama, com um suspiro de
alívio. Em breve o cansaço e o hipnótico trouxeram o sono que surpreendeu Davi no gozo de sua obra
perfeita.
Quando amanheceu, gritos:
 —Davi, acorda. Acorda, menino!
E a tia Olga começou a agitá-lo.
— O que é que há, titia?
— Estão aí dois homens da polícia que querem falar com você.
— Da polícia? Diga-lhes que descerei imediatamente. Enquanto as mãos trêmulas lavavam o rosto, pensou: “É impossível. Não cometi nenhum erro. Ninguém me viu”. Revisou todos os seus atos: não encontrou a menor falha. Amarrando o roupão, desceu a escada.
 —Sr. Davi Ortiz? Carlos Antunes, delegado de plantão.
— Não estou entendendo...
— Estou aqui em cumprimento de um dever bastante desagradável.
— Como assim?
— Antes de pedirmos a colaboração do senhor, no entanto...
— Sim?
— Jorge Antar foi encontrado morto, esta manhã, na casa em que morava.
— Que horror!
— Ao lado dele, também morta... a senhorita Cláudia, irmã do senhor. Acreditamos que se suicidaram, de acordo com as primeiras investigações, com veneno misturado ao leite.
(Luiz Lopes Coelho, A morte no envelope)

VOCABULÁRIO:
Furgão: Carro coberto, para transporte de bagagens ou pequena carga.
Fresta: Abertura estreita na parede, para deixar passar a luz e o ar.
Dissipar: dispersar, desfazer, fazer desaparecer.
Visar: Ter como objetivo; ter em vista.
Jovialidade: Alegre, prazenteiro.
Precaução: Cautela, cuidado.
Espesso: Grosso, denso.
Intrepidez: Valentia, coragem.
Mosaico: Embutido de pedrinhas de cores, dispostas de modo que formem desenhos.
 Delituoso: Que constitui delito; culposo.
Tonificar: Dar vigor a; fortificar.
Hipnótico: substância que produz sono.
Gozo: prazer, satisfação.

1. A frase que apresenta a ideia principal do texto é:
A) “Planejava o crime original”.              
B) “Davi escreveu: saída, 4h 20min”.  
C) “Quando o furgão contornou a esquina”.           
D) “Davi abriu a caderneta e anotou”.   
E) “Acreditamos que se suicidaram.”

2. A intenção de Davi Ortiz ao anotar a chegada e a partida do leiteiro era
A) saber o horário em que o leite chegava nas casas.        
B) evitar que algo desse errado em seu plano.
C) fazer anotações sobre o movimento dos furgões.            
D) conhecer todos os hábitos de Jorge.
E) anotar as casas que recebiam leite.

3. Em “Um leve ruído: a adoração se encobriu de trevas” , o que fez Davi mudar de atitude foi o fato de
A) Cláudia esboçar um leve sorriso.           
B) o quarto da tia Olga estar fechado.
C) ter-se lembrado do noivo de Cláudia.    
D) Cláudia se mexer na cama.   
E) estar chegando a hora de o leiteiro passar.

4. A expressão “...além de possuir, em segredo um harém.” significa que o noivo
A) era um sultão árabe que possuía muitas mulheres.    
B) já era casado.              
C) tinha em sua casa muitas esposas.
D) trocava constantemente de esposas.                           
E) vivia cercado de mulheres.

5. A palavra “trabalho” escrita entre aspas, deve ser vista como uma ironia, devido ao fato de (o)
A) antagonista trabalhar em ofícios desgastantes.         
B) trabalho do personagem ser muito cansativo.
C) noivo possuir um harém.                                          
D) Jorge Antar trabalhar em ofícios não respeitáveis.
E) jovem ser responsável e ter bons hábitos.

6. O local escolhido por Davi para observar a chegada do caminhão, antes do crime, foi
A) o fundo do jardim.                   
B) atrás de um pilar.                         
C) embaixo do tanque de lavar.
D) pequena lateral da casa.         
E) um esconderijo na parede.

7. É característica psicológica do protagonista o fato de ele ser
A) relaxado.    
B) desmotivado.     
C) calculista.        
D) tímido.           
E) jovial.

8. O personagem principal não aprovava o casamento da irmã com Jorge Antar porque
A) o noivo tinha um harém.       
B) o noivo era malandro e mentiroso.        
C) Cláudia não amava o noivo.
D) era muito ciumento.             
E) agia como pai da moça.

9. Todas as frases abaixo são precauções para tornar o crime perfeito, exceto
A) “... pisando sempre na parte cimentada do quintal...”            
B) “Fez sumir na lata de lixo o vidrinho lavado”.
C) “Calçou as luvas que estavam debaixo do travesseiro”.       
D) “... aqueceu-lhes as solas para secá-las mais rapidamente”.   
E) “... contemplou a irmã adormecida.”

10. Ao saber que a polícia estava em sua casa, Davi ficou:                
A) aliviado e feliz.       
B) trêmulo e agitado.              
C) orgulhoso de seu plano.    
D) temeroso de ter sido descoberto.     
E) tranquilo, despreocupado.

11. Apesar de não conhecer o rapaz, Davi concluiu que o entregador de leite era jovem porque
A) entregava o leite com rapidez.                    
B) parecia dançar quando andava.
C) sabia dirigir um furgão.                               
D) a neblina tragava as luzes vermelhas do furgão.
E) acordava de madrugada todos os dias.

12. Para não levantar suspeitas, Davi tomou algumas atitudes com relação à irmã. Uma delas foi:
A) reprimir Cláudia a toda hora.           
B) não lhe dar mais conselho.        
C) não falar mais com ela.
D) contemplar a irmã adormecida.       
E) deixá-la viajar com o noivo.

13. A lógica do título “Crime mais que perfeito” foi fundamentada com o fato de que
A) o personagem principal matou apenas Jorge Antar.     
B) por ironia, Davi matou também a irmã do criminoso.
C) a polícia achava que fosse suicídio.                              
D) tudo fora premeditado com muita perfeição.
E) houve uma total impunidade do protagonista.

14. Com a frase: “Plano feito, perfeito” ,o protagonista concluía que
A) Cláudia casaria com outro homem.      
B) valeria a pena tantas noites em claro.     
C) o crime não seria descoberto.
D) o furgão pararia na rua das margaridas, nº 168.        
E) Cláudia viajaria na véspera do crime.

15. Cláudia Ortiz disse ao irmão que viajaria na sexta-feira para a capital. No entanto, ela se encontrava no (a)
A) companhia do noivo.      
B) shopping, fazendo compras.        
C) quarto de tia Olga.
D) casa de uma amiga.       
E) seu quarto, dormindo.

16. Em “A noite demorou, mas acabou gerando a madrugada”, representa que a(o)(s)
A) noite passava com rapidez.          
B) madrugada demorou a chegar.    
C) era véspera do dia do casamento.
D) horas passaram despercebidas.   
E) tempo estacionou.

17. O fato surpreendente no desfecho da história foi
A) tia Olga gritando desesperadamente.                                           
B) a chegada da polícia na casa de Cláudia.
C) Cláudia não estar preparando o espírito para o casamento.        
D) Jorge Antar ter sido encontrado morto.
E) a morte acidental de Cláudia.

A modorra
Um dia Pedrinho enganou Dona Benta que ia visitar o tio Barnabé, mas em vez disso tomou o rumo da mata virgem de seus sonhos. Nem o bodoque levou consigo. “Para que bodoque, se levo o saci na garrafa e ele é uma arma melhor do que quanto canhão ou metralhadora existe?”
Que beleza! Pedrinho nunca supôs que uma floresta virgem fosse tão imponente. Aquelas árvores enormes, velhíssimas, barbadas de musgos e orquídeas; aquelas raízes de fora dando ideia de monstruosas sucuris; aqueles cipós torcidos como se fossem redes; aquela galharada, aquela folharada e sobretudo aquele ambiente de umidade e sombra, lhe causaram uma impressão que nunca mais se apagou.
Volta e meia ouvia um rumor estranho, de inambu ou jacu a esvoaçar por entre a folhagem, ou então, de algum galho podre que tombava do alto e vinha num estardalhaço — brah, ah, ah… — esborrachar-se no chão.
E quantas borboletas, das azuis, como cauda de pavão; das cinzentas, como casca de pau; das amarelas, cor de gema de ovo!
E pássaros! Ora um enorme tucano de bico maior que o corpo e lindo papo amarelo. Ora um pica-pau, que interrompia o seu trabalho de bicar a madeira de um tronco para atentar no menino com interrogativa curiosidade.
Até um bando de macaquinhos ele viu, pulando de galho em galho com incrível agilidade e balançando-se, pendurados pela cauda, como pêndulos de relógio.
Pedrinho foi caminhando pela mata adentro até alcançar um ponto onde havia uma água muito límpida, que corria, cheia de barulhinhos mexeriqueiros, por entre velhas pedras verdoengas de limo. Em redor erguiam-se as esbeltas samambaiaçus, esses fetos enormes que parecem palmeiras. E quanta avenca de folhagem mimosa, e quanto musgo pelo chão!
Encantado com a beleza daquele sítio, o menino parou para descansar. Juntou um monte de folhas caídas; fez cama; deitou-se de barriga para o ar e mãos cruzadas na nuca. E ali ficou num enlevo que nunca sentira antes, pensando em mil coisas em que nunca pensara antes, seguindo o voo silencioso das grandes borboletas azuis e embalando-se com o chiar das cigarras.
De repente, notou que o saci dentro da garrafa fazia gestos de quem quer dizer qualquer coisa.
Pedrinho não se admirou daquilo. Era tão natural que o capetinha afinal aparecesse…
— Que aconteceu que está assim inquieto, meu caro saci? — perguntou-lhe em tom brincalhão.
— Aconteceu que este lugar é o mais perigoso da floresta; e que se a noite pilhar você aqui, era uma vez o neto de Dona Benta…
Pedrinho sentiu um arrepio correr-lhe pelo fio da espinha.
— Por quê? — perguntou, olhando ressabiadamente para todos os lados.
— Porque é justamente aqui o coração da mata, ponto de reunião de sacis, lobisomens, bruxas, caiporas e até da mula-sem-cabeça. Sem meu socorro você estará perdido, porque não há mais tempo para voltar para casa, nem você sabe o caminho. Mas o meu auxílio eu só darei sob uma condição…
— Já sei, restituir a carapuça — adiantou Pedrinho.
— Isso mesmo. Restituir-me a carapuça e com ela a liberdade. Aceita?
Pedrinho sentia muito ver-se obrigado a perder um saci que tanto lhe custara a apanhar, mas como não tinha outro remédio senão ceder, jurou que o libertaria se o saci o livrasse dos perigos da noite e pela manhã o reconduzisse, são e salvo, à casa de Dona Benta.
— Muito bem — disse o saci. — Mas nesse caso você tem de abrir a garrafa e me soltar. Terei assim mais facilidade de ação. Você jurou que me liberta; eu dou minha palavra de saci que mesmo solto o ajudarei em tudo. Depois o acompanharei até o sítio para receber minha carapuça e despedir-me de todos.
Pedrinho soltou o saci e durante o resto da aventura tratou-o mais como um velho camarada do que como um escravo. Assim que se viu fora da garrafa, o capeta pôs-se a dançar e a fazer cabriolas com tanto prazer que o menino ficou arrependido de por tantos dias ter conservado presa uma criaturinha tão irrequieta e amiga da liberdade.
— Vou revelar os segredos da mata virgem — disse-lhe o saci — e talvez seja você a primeira criatura humana a conhecer tais segredos. Para começar, temos de ir ao “sacizeiro” onde nasci, onde nasceram meus irmãos e onde todos os sacis se escondem durante o dia, enquanto o sol está fora. O sol é o nosso maior inimigo. Seus raios espantam-nos para as tocas escuras. Somos os eternos namorados da lua. É por isso que os poetas nos chamam de filhos das trevas. Sabe o que é trevas?
— Sei. O escuro, a escuridão.
— Pois é isso. Somos filhos das trevas, como os beija-flores, os sabiás e as abelhas são filhos do Sol.
Assim falando, o saci levou o menino para uma cerrada moita de taquaraçus existente num dos pontos mais espessos da floresta.
Pedrinho assombrou-se diante das dimensões daqueles gomos quase da sua altura e grossos que nem uma laranja de umbigo.
(LOBATO, Monteiro. O saci.

Modorra: vontade incontrolável de dormir.
Bodoque: arco com duas cordas e uma rede (malha) ou couro em que se põe a bola de barro, pedra ou chumbo, com
que se atira. Também conhecido como estilingue.
Virgem: intacto, puro; diz-se da mata que ainda não foi explorada.
Inambu e jacu: espécies de ave.
Taquaraçu: espécie de bambu.
Pilhar: Agarrar, pegar.

1. Após capturar o Saci, Pedrinho enganou Dona Benta e foi para a mata. Diz o texto que o menino não levou sequer o bodoque. Segundo seus conhecimentos sobre esse ser lendário, explique por que o menino acreditava que o Saci era a melhor arma existente.
Pedrinho acreditava que o Saci possuía poderes mágicos e que poderia ajudá-lo em uma situação de risco.
 2. Pedrinho surpreendeu-se pela imponência, pela grandiosidade daquela floresta. Por que essa mata virgem impunha sua importância? O que ela tinha de diferente de outras florestas?
A mata visitada por Pedrinho ainda não havia sido explorada pelo homem, não havia qualquer interferência humana , permanecendo com sua estrutura intacta.
 3.No texto narrativo, há o momento em que se tem a apresentação, o início dos acontecimentos. Quais são os fatos que indicam a situação inicial do texto?
Os fatos que correspondem a situação inicial são quando Pedrinho engana Dona Benta e vai para a mata virgem.
 4. O que Pedrinho fazia no momento em que notou que o Saci dentro da garrafa parecia querer dizer alguma coisa?
O menino estava deitado, descansando.
 5. No início da conversa entre o Pedrinho e o Saci, aquele falava em um tom brincalhão. O que o Saci disse para que Pedrinho ficasse assustado? Explique o motivo do medo do menino.
O saci afirmou que ali era o ponto mais perigoso da floresta , pois estavam bem no coração da mata, lugar em que outros seres lendários habitavam .
 6. Saci ofereceu ajuda para livrar Pedrinho dos perigos da noite e levá-lo de volta para casa. Qual foi a condição estabelecida para que isso acontecesse
Pedrinho deveria devolver a carapuça ao Saci, bem como a liberdade dele.
 7. Segundo o texto, Pedrinho soltou o Saci e durante o resto da aventura tratou-o mais como um velho camarada do que como um escravo.” O que significa tratar alguém como um velho camarada? E como um escravo?
Tratar alguém como um velho camarada é o mesmo que tratar a um amigo, com respeito, com brincadeiras e com certa intimidade. Já tratar a um escravo e exigir que se cumpram determinados trabalhos, dar ordens e fazer com que estas sejam cumpridas.
 8. O Saci é chamado no texto de “capeta”. Por que ele recebeu esse apelido?
Saci levou esse apelido por ser muito sapeca, fazer muitas travessuras .
 9. O primeiro lugar a que o Saci levaria Pedrinho seria o sacizeiro. Como e onde era esse lugar?
Era uma cerrada moita de taquaraçus  num dos pontos mais espessos da floresta.
 10. De acordo com o desfecho desse texto, Pedrinho chegou a ver algum outro Saci, que não o que estava com ele? Qual foi a reação do menino nesse trecho?
O menino não chega a ver outro Saci, apenas sente-se assombrado por estar naquele lugar em que esses seres nascem.
 11. Releia os trechos a seguir e indique a quem corresponde a fala.
a) “’Para que bodoque, se levo o saci na garrafa e ele é uma arma melhor do que quanto canhão ou metralhadora existe?”
Corresponde a fala de Pedrinho.
b) “Que beleza!”
Corresponde a fala do narrador.
c) “E pássaros!”
Corresponde a fala do narrador.



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