Revisão substantivos
Substantivo comum é aquele que dá nome a todos os seres
da mesma espécie, de forma genérica.
Substantivo próprio é aquele que dá nome a um ser
específico da espécie.
1 Leia a contracapa de Balança coração, de Walcyr Carrasco,
prestando atenção ao uso dos substantivos comuns e próprios.
Malu, vegetariana e militante ecológica radical, apaixona-se por João,
um garoto que adora carne. A bem-humorda história da paixão entre dois jovens
que descobrem que o amor vence qualquer
barreira.
Balança coração. São
Paulo: Ática, 2005.
Identifique os substantivos próprios. O que eles nomeiam?
Identifique os substantivos comuns.
Substantivo coletivo é aquele que, no singular, representa
um conjunto de elementos de uma mesma espécie.
Usando o dicionário, faça uma tabela em seu caderno com os elementos
apresentados abaixo de um lado e seus coletivos do outro.
flores – roupas – borboletas – lenha – mapas – obras de arte – palavras
– cães – animais – ilhas – navios ou veículos – estrelas – frutas – filhotes –
marginais – atores – pássaros – gado – pessoas
cacho – ninhada – arquipélago – constelação – quadrilha – rebanho –
manada – revoada – feixe – multidão – acervo – elenco – vocabulário – matilha –
frota – ramalhete – panapaná – enxoval – atlas
Substantivo primitivo é aquele que não deriva de outra
palavra na língua portuguesa.
Substantivo derivado é aquele que se forma a partir de outra
palavra na língua portuguesa.
Forme substantivos derivados das palavras abaixo:
trabalho – casa – barba – chapéu – reza – chave – planta
Substantivos simples são formados por
apenas uma palavra.
Substantivos compostos são formados pela
união de duas ou mais palavras.
Forme substantivos compostos a partir das palavras abaixo:
cultura – passar – circuito – arder – assinar – chuva – virar – homem –
água – flor – beira – lata – guardar – tempo – abaixo – curto – água – lobo –
beijar – marinha – mar
O substantivo concreto é aquele que indica
seres (reais ou não) que não dependem de outros seres para existir.
O substantivo abstrato é aquele que indica
seres com existência dependente de outro seres.
Leia a contracapa da Odisseia, uma das obras mais
importantes da literatura ocidental, prestando atenção nos substantivos.
Odisseia
Guerra, naufrágio, honra, lealdade,
vingança, fúria, coragem, perdão , amizade, amor.
A Odisseia é uma das mais inspiradas
aventuras jamais criadas pelo espírito humano.
A longa jornada de Odisseu, uma década
passada do fim do cerco a Troia, no propósito de retornar a casa e reencontrar
o amor de Penélope, continua encantado e influenciando geração após geração.
É o que faz do poema épico de Homero um
clássico da literatura ocidental, atravessando vinte séculos sem perder sua
beleza ímpar e o frescor original.
Odisseia. Rio de
janeiro: Ediouro, 2001.
Como você classifica os substantivos da primeira frase, eles são
concretos ou abstratos? Justifique.
“Aventura” é um substantivo abstrato ou concreto? Quais substantivos da
primeira frase se relaciona com ele?
Além da ação propriamente dita, a Odisseia trata de valores e sentimentos humanos. Quais substantivos da primeira
frase indicam isso?
Indique os substantivos próprios presentes o texto que nomeiam o autor,
a obra, as localidades e as personagens.
Leia o poema abaixo, de Carlos Drummond de Andrade.
Família
Três meninos e duas meninas
sendo uma ainda de colo.
A cozinheira preta, a copeira mulata,
o papagaio, o gato o cachorro,
as galinhas gordas no palmo de horta
e a mulher que trata de tudo.
A espreguiçadeira, a cama, a gangorra,
o cigarro, o trabalho, a reza,
a goiabada na sobremesa de domingo,
o palito nos dentes contentes,
o gramofone rouco toda noite
e a mulher que trata de tudo.
O agiota, o leiteiro, o turco,
o médico uma vez por mês,
o bilhete todas as semanas
branco! mas a esperança sempre verde.
A mulher que trata de tudo
e a felicidade.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. In: O
sentimento do mundo. 7.ed. são Paulo: Record, 1999.p.58
a) Identifique e classifique os substantivos em concretos e abstratos. Qual
tipo prevalece no poema?
b) Qual a função dos substantivos concretos no poema?
c) Qual a função dos substantivos abstratos?
d) Qual o substantivo abstrato que resume a concepção do poema sobre a
família?
e) Cozinheira, capoeira, goiabada, leiteiro são derivados de que palavras?
f) O substantivo abstrato preguiça dá origem a um substantivo concreto
presente no poema. Qual é ele?
7) As palavras abaixo correspondem aos chamados “sete pecados capitais”.
gula – luxúria – avareza – ira – soberba – vaidade – preguiça
a) Procure no dicionário o significado dessas palavras.
b) Elas se classificam como substantivos concreto ou abstratos? Justifique.
8) Reescreva em seu caderno as seguintes frases fazendo uso de coletivos:
a) O grupo de jurados absolveu o criminoso.
b) O grupo de jogadores da escola ganhou mais um jogo.
c) Todos saíram correndo quando viram o grupo de abelhas.
d) Os alunos farão a pesquisa no conjunto de livros da escola.
e) Os pescadores encontraram um grande grupo de peixes.
Atividade avaliativa - Interpretação 7º ano
Atividade Avaliativa de Língua
Portuguesa - Data: _____/_____/_____ Valor: ______
Aluno(a): ________________________________________Nº: ____ Turma: _______
Aluno(a): ________________________________________Nº: ____ Turma: _______
Tatuagem
Enfermeira
inglesa de 78 anos manda tatuar mensagem no peito pedindo para
não proceder
a manobras de ressuscitação em caso de parada cardíaca.
(Mundo
Online, 4, fev., 2003)
Ela não era enfermeira (era
secretária), não era inglesa (era brasileira) e não tinha 78 anos, mas sim 42;
bela mulher, muito conservada. Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa. Foi
procurar um tatuador, com o recorte da notícia. O homem não comentou:
perguntou apenas o que era para ser tatuado.
– É bom você anotar – disse ela –
porque não será uma mensagem tão curta como essa da inglesa.
Ele apanhou um caderno e um lápis
e dispôs-se a anotar.
– “Em caso de que eu tenha uma
parada cardíaca” – ditou ela –, “favor não proceder à ressuscitação”.
Uma pausa, e ela continuou:
– “E não procedam à
ressuscitação, porque não vale a pena. A vida é cruel, o mundo está cheio de
ingratos.”
Ele continuou escrevendo, sem
dizer nada. Era pago para tatuar, e quanto mais tatuasse, mais ganharia.
Ela continuou falando.(...).
Àquela altura o tatuador, homem vivido, já tinha adivinhado como terminaria a
história (...). E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la.
– Desculpe, disse, mas para eu
tatuar tudo o que a senhora me contou, eu precisaria de mais três ou quatro
mulheres.
Ela começou a chorar. Ele
consolou-a como pôde. Depois, convidou-a para tomar alguma coisa num bar ali
perto.
Estão vivendo juntos há algum
tempo. E se dão bem. (...). Ele fez uma tatuagem especialmente para ela, no seu
próprio peito. Nada de muito artístico (...). Mas cada vez que ela vê essa
tatuagem, ela se sente reconfortada. Como se tivesse sido ressuscitada, e como
se tivesse vivendo uma nova, e muito melhor, existência.
(Moacyr
Scliar, Folha de S. Paulo, 10/03/2003.)
1- O trecho da crônica que mostra que o cronista inspirou-se em um fato
real é
(A) a notícia, retirada da Internet, que introduz a crônica.
(B) as manobras de ressuscitação praticadas pelos médicos.
(C) a reprodução da conversa entre a secretária e o tatuador.
(D) a história de amor entre a secretária e o tatuador.
2- O fato gerador do conflito que constrói a crônica é a secretária
(A) ser mais jovem que a enfermeira da
notícia. (B) concluir que
a vida não vale a pena.
(C) achar romântica a história da
enfermeira
(D) ter se envolvido com o tatuador.
3- Um trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Mesmo assim, decidiu fazer a mesma coisa.”
(B) “O homem não comentou; perguntou apenas o que era para ser tatuado.”
(C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
(D) “Ela começou a chorar. Ele consolou-a como pôde.”
4- O trecho do texto que retrata a consequência após o encontro da
secretária com o tatuador é
(A) “Foi procurar um tatuador, com o recorte da notícia”.
(B) “Ele apanhou um caderno e um lápis e dispôs-se a anotar”.
(C) “E antes que ela contasse a sua tragédia resolveu interrompê-la”.
(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.
É preciso se
levantar cedo?
A partir do momento em que a
lógica popular desenrola diante de nós sua sequência de surpresas, é inevitável
que vejamos surgir a figura do grande contador de histórias turco, Nasreddin
Hodja. Ele é o mestre nessa matéria. Aos seus olhos a vida é um despropósito
coerente, ao qual é fundamental que nós nos acomodemos.
Deste modo, quando era jovem
ainda, seu pai um dia lhe disse:
– Você devia se levantar cedo,
meu filho.
– E por quê, pai?
– Porque é um hábito muito bom.
Um dia eu me levantei ao amanhecer e encontrei um saco de ouro no meu caminho.
– Alguém o tinha perdido na
véspera, à noite?
– Não, não – disse o pai. – Ele
não estava lá na noite anterior. Senão eu teria percebido ao voltar para casa.
– Então – disse Nasreddin –, o
homem que perdeu o ouro tinha se levantando ainda mais cedo. Você está vendo
que esse negócio de levantar cedo não é bom para todo mundo.
(CARRIÈRE, Jean-Claude. O círculo
dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro.
São Paulo: Códex, 2004.)
5- O diálogo entre pai e filho permite entender que
(A) pai e filho não se dão bem.
(B)
pai e filho têm os mesmos hábitos.
(C) pai e filho encontraram um saco de ouro.
(D) pai e filho pensam de forma diferente.
6- O uso do vocábulo “então”, que abre a fala final de Nasreddin,
serve para que apresente ao seu pai
(A) a conclusão que tirou da resposta.
(B)
a hora de encerrarem aquela conversa.
(C) a justificativa para acordar mais tarde.
(D) a hipótese de que estava com a razão.
O silêncio
do rouxinol
[...]
Na época de Salomão, o melhor dos
reis, um homem comprou um rouxinol que possuía uma voz excepcional. Colocou-o
numa gaiola em que nada faltava ao pássaro e na qual ele cantava, horas a fio,
para encanto da vizinhança.
Certo dia, em que a gaiola havia
sido transportada para uma varanda, outro pássaro se aproximou, disse qualquer
coisa ao rouxinol e voou. A partir desse momento, o incomparável rouxinol
emudeceu.
Desesperado, o homem levou seu
pássaro à presença do profeta Salomão, que conhecia a linguagem dos animais, e
lhe pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.
O rouxinol disse a Salomão:
– Antigamente eu não conhecia nem
caçador, nem gaiola. Depois me apresentaram a uma armadilha, com uma isca bem
apetitosa, e caí nela, levado pelo meu desejo. O caçador de pássaros levou-me,
vendeu-me no mercado, longe da minha família, e fui parar na gaiola deste homem
que aí está. Comecei a me lamentar noite e dia, lamentos que este homem tomava
por cantos de gratidão e alegria. Até o dia em que outro pássaro veio me dizer:
“Pare de chorar, porque é por causa dos seus gemidos que eles o mantêm nessa
gaiola”. Então, decidi me calar.
Salomão traduziu essas poucas
frases para o proprietário do pássaro. O homem se perguntou: “De que adianta
manter preso um rouxinol, se ele não canta?”. E lhe devolveu a liberdade.
CARRIÈRE. Jean-Claude. O círculo
dos mentirosos: contos filosóficos do mundo inteiro. São Paulo: Códex, 2004.
7- O fato que gera o conflito na história é o pássaro
(A) possuir uma voz excepcional. (B) ter
emudecido. (C) ser um rouxinol. (D) encantar a
vizinhança.
8- No trecho “...cantava, horas a fio, para encanto da multidão.”, a
expressão “horas a fio” tem o sentido de
(A) de vez em quando. (B) durante muito tempo.
(C) pousado em um fio. (D) sem cobrar por isso.
9- A decisão de não mais cantar, comunicada pelo rouxinol a Salomão, que a
traduziu para o homem, teve, como consequência, o homem
(A) não entender a tradução. (B) ficar
desesperado. (C) libertar o rouxinol. (D)
silenciar o rouxinol.
10- O trecho do texto que contém uma opinião é
(A) “Na época de Salomão, o melhor dos reis,...”
(B) “Pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.”...
(B) “Pediu que perguntasse ao pássaro o motivo de seu silêncio.”...
(C) “Comecei a me lamentar noite e dia,...”
(D) “E lhe devolveu a liberdade.”
As questões dessa prova foram retiradas do site: http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
1 - (A) a notícia, retirada da Internet, que
introduz a crônica.
2 - (B) concluir que a vida não vale a pena.
3 - (C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
4 -(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.
5 - (D) pai e filho pensam de forma diferente.
6 - (A) a conclusão que tirou da resposta.
7 - (B) ter emudecido.
8 - (B) durante muito tempo.
9 - (C) libertar o rouxinol.
10 - (A) “Na época de Salomão, o melhor dos reis,...”
2 - (B) concluir que a vida não vale a pena.
3 - (C) “A vida é cruel, o mundo está cheio de ingratos.”
4 -(D)” Estão vivendo juntos há algum tempo. E se dão bem”.
5 - (D) pai e filho pensam de forma diferente.
6 - (A) a conclusão que tirou da resposta.
7 - (B) ter emudecido.
8 - (B) durante muito tempo.
9 - (C) libertar o rouxinol.
10 - (A) “Na época de Salomão, o melhor dos reis,...”
Linguagem figurada - 6º ano - com
gabarito
1) Imagine...
· Carolina diz para a amiga: “Gustavo é
uma gato”.
· Gustavo comenta: “Carolina é uma
gatinha”.
a) O que cada um deles está querendo
dizer?
b) Gato e gata, então, ganharam um novo sentido? Por
quê?
2) A) O vento cochichava segredos no seu
ouvido.
B) o menino cochichava segredos no ouvido
da menina.
Uma dessas duas frases apresenta uma
associação inesperada, pouco comum. Identifique-a e explique o que ela tem de
novo.
3) A) Seu olhar queima.
B) o sol queima.
a) O que há de comum entre o olhar e o
sol?
b) Em uma das frases, o verbo foi usado em sentido
figurado, não é “queimar” de verdade.
Identifique-a, justificando sua resposta.
4) Joana tem olhos brilhantes. As estrelas
brilham no céu.
· Compare, numa frase, os olhos de Joana
com as estrelas:
a) Usando a palavra “como”;
b) Eliminando a palavra “como”
CANÇÃO
Pus o meu sonho num
navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Cecília Meireles.
Viagem. In: Obra poética. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967.
5) “Pus o
meu sonho num navio /e o navio em cima do mar; / - depois, abri o mar
com as mãos, / para
o meu sonho naufragar”.
a) A palavra sonho não
está usada no sentido comum, de imagens que acontecem enquanto dormimos. Quando
estamos acordados, com o que sonhamos?
b) Sonho, nesse sentido,
então, tem um significado próximo ao de uma dessas palavras: falsidade, ilusão, realidade.escolha a melhor.
c) O que aconteceu com o
sonho do poeta?
6) a) A quarta estrofe sugere que o poeta
não quer o quê?
b) apóie-se no texto e justifique sua
resposta.
GABARITO:
1) a- Cada um está querendo dizer que o outro é bonito.
b- Sim, deixaram de significar o animal,
para expressar um elogio
2) A frase A apresenta um associação inesperada, porque cochichar é ação de
pessoa, vento não cochicha.
3) a- Ambos queimam.
b- Em A, o verbo foi usado em sentido
figurado, porque o olhar não queima de verdade, como o sol.
4) a- Os olhos de Joana brilham como estrelas. Ou: Os olhos de Joana são
brilhantes como as estrelas.
b- Os olhos de Joana são estrelas
5) a- Sonhamos com o que não temos, com as coisas que queríamos poder
fazer...
b- Tem um significado próximo de ilusão.
c- O poeta afundou o próprio sonho.
6) a- A quarta estrofe sugere que o poeta não quer que o sonho volte, pois
tudo está perdido mesmo.
b- Ela quer que o navio chegue ao fundo
e que o sonho desapareça.
Avaliação para 5º e/ou 6º ano
Prova de Literatura – Professora: _________________
– Data: ____/_____/_____
Aluno(a):
____________________________________ nº: ______ Turma: ______
A causa da chuva
Não chovia
há muitos e muitos meses, de modo que os animais ficaram inquietos. Uns diziam
que ia chover logo, outros diziam que ainda ia demorar. Mas não chegavam a uma
conclusão.
_ Chove só
quando a água cai do telhado de meu galinheiro - esclareceu a galinha.
_ Ora, que
bobagem! - disse o sapo de dentro da lagoa. - Chove quando a água da lagoa
começa a borbulhar suas gotinhas.
_ Como assim?
- disse a lebre. - Está visto que só chove quando as folhas das árvores começam
a deixar cair as gotas d'água que têm dentro.
Nesse
momento começou a chover.
_ Viram? -
gritou a galinha. - O telhado de meu galinheiro está pingando. Isso é chuva!
_ Ora, não vê
que a chuva é a água da lagoa borbulhando? - disse o sapo.
_ Mas, como
assim? - tornou a lebre - Parecem cegos! Não vêem que a água cai das folhas das
árvores?
Millôr Fernandes
1- O trecho do texto que indica um fato é
(A) “...começou a chover.”
(B) “... diziam que ia
demorar...”
(C) “... que bobagem!”
(D) “... diziam que ia chover...”
2- A ideia central do texto é
apresentar uma discussão sobre
(A) o telhado do
galinheiro. (B) a chuva. (C) a água da
lagoa. (D) as folhas das árvores.
3- A inquietação dos animais tem como
causa
(A) a necessidade de águas nas árvores
do lugar.
(B) a expectativa de chuva no verão na
lagoa.
(C) a ausência de água na lagoa onde
moravam.
(D) a falta de chuvas no lugar onde
moravam.
Caverna
Houve um dia,
no começo do mundo
em que o homem
ainda não sabia
construir sua casa.
Então disputava
a caverna com bichos
e era aí sua morada.
Deixou para nós
seus sinais,
desenhos desse mundo
muito antigo.
Animais, caçadas, danças,
misteriosos rituais.
Que sinais
deixaremos nós
para o homem do futuro?
Roseana Murray. Casas. Belo
Horizonte: Formato, 2004.
4- No último verso da segunda estrofe:
”e era aí sua morada”, a expressão em destaque pode ser substituída por: (A) sua
casa. (B) o homem. (C) do mundo. (D) com
bichos.
Chegou a festa junina!
(Fragmentos)
Antes da era
cristã, alguns povos antigos - persas, egípcios, celtas, sírios, bascos,
sardenhos, bretões e sumérios - faziam rituais para invocar a fertilidade de
suas plantações. Eles acendiam fogueiras para espantar os maus espíritos e
desejavam obter uma boa safra. Isso acontecia em junho, época em que se inicia
o verão no hemisfério norte. Esses festejos e perpetuaram. Mais tarde, passaram
a ser seguidos não só pelos camponeses, mas também pelos homens da cidade na
Europa. No entanto, os rituais eram considerados pagãos pela Igreja Católica.
Como não era possível dar fim a uma tradição tão antiga, a Igreja adaptou essa
celebração a seu calendário de festividades no século 4. Estava iniciada a
Festa Joanina, que recebeu este nome em homenagem a São João Batista, um dos
santos mais importantes celebrados em junho - os outros são Santo Antônio (no
dia 13) e São Pedro (no dia 29).
(http://www.cienciahoje.uol.com.br)
5- A igreja adaptou os rituais a seu
calendário de festividades porque
(A) deveria espantar os bons
espíritos. (B) queria perpetuar os festejos na Europa.
(C) desejava manter os rituais no
hemisfério norte.
(D) seria muito difícil romper com as
antigas tradições.
6- Em “Esses festejos se perpetuaram.” , o trecho que mantém o
sentido da expressão em destaque é
(A) ... “persas, egípcios, celtas, sírios,
bascos, sardenhos, bretões e sumérios - faziam rituais para invocar a
fertilidade de suas plantações.”
(B) “Mais tarde, passaram a ser
seguidos não só pelos camponeses, mas também pelos homens da cidade na Europa.”
(C) “Isso acontecia em junho, época em
que se inicia o verão no hemisfério norte.”
(D) “Estava iniciada a Festa Joanina,
que recebeu este nome em homenagem a São João Batista, ...”
Viagem de Bonde
(Fragmentos)
Era o Bonde
Engenho de Dentro, ali na Praça Quinze. Vinha cheio, mas como diz, empurrando
sempre encaixa. O que provou ser otimismo, porque talvez encaixasse metade ou
um quarto de pessoa magra, e a alentada senhora que se guindou ao alto estribo
e enfrentou a plataforma traseira junto com um bombeiro e outros amáveis
soldados, dela talvez coubesse um oitavo. Assim mesmo, e isso prova bem a favor
da elasticidade dos corpos gordos, ela conseguiu se insinuar, ou antes,
encaixar. E tratava de acomodar-se gingando os ombros e os quadris à direita e
à esquerda, quando o bonde parou em outro poste, e o soldado repetiu o tal
slogan do encaixe. E foi subindo − logo quem! − uma baiana dos seus noventa quilos ... E aquela baiana pesava seus
noventa quilos mas era nua, com licença da palavra, pois com tanta saia
engomada e mais os balangandãs, chegava mesmo era aos cem...
(O Melhor da
crônica brasileira. Raquel de Queiroz/Viagem de Bonde.Editora Olympio.Rio de
Janeiro/1980.p.53)
7- O trecho que apresenta característica
de humor é
(A) “Era o Bonde Engenho de Dentro, ali
na Praça Quinze. Vinha cheio, mas como diz, ... “
(B) “Assim mesmo, e isso prova bem a
favor da elasticidade dos corpos gordos, ela conseguiu se insinuar, ou antes,
encaixar. “
(C) “E aquela baiana pesava seus
noventa quilos mas era nua, com licença da palavra, pois com tanta saia engomada
e mais os balangandãs, chegava mesmo era aos cem... “
(D) “quando o bonde parou em outro
poste, o soldado repetiu o tal slogan do encaixe. “
Prova de Português - 8º ano -
Interpretação
Avaliação de Português – 8º ano – Data: __ /__ /__valor: __ – Nota:
Aluno(a): ______________________Nº: _____ Turma : ____
Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as
necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de
quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a
América não lhe inseriu riquezas novas.
A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de
dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham
direito de cidade.
(MACHADO DE
ASSIS. Apud Luft, Celso Pedro. Vestibular do português).
Vocabulário:
Transplantação - transferir de um lugar ou contexto para outro.
1- Ao ler o texto, concluímos que
(A) as mudanças do português da Europa para o Brasil evitaram inserir ao
idioma riquezas novas.
(B) as alterações da língua estão condicionadas às necessidades dos usos
e costumes e ao tempo.
(C) o português do século XVI é o mesmo de hoje, não sendo necessário
parar a língua no tempo.
(D) os falantes do campo usam expressões atuais da língua mesmo sem
sofrerem influência européia.
Vamos
imaginar que a indústria farmacêutica desenvolveu uma pílula que pudesse
prevenir doenças do coração, obesidade,
diabetes e reduzir o risco de câncer, osteoporose, hipertensão e depressão.
Já temos esse remédio. E não
custa nada. Está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos. É a atividade
física.
(Gro Harlem
Brundtland, diretora geral da OMS – Organização Mundial da Saúde) Folha de São
Paulo, 6 abr. 2002.
2- De acordo com o texto, o remédio que não custa nada e está a serviço
de ricos e pobres, jovens e idosos:
(A) é uma pílula fabricada pela indústria farmacêutica.
(B) só é encontrado nas farmácias.
(C) é a atividade física.
(D) ainda não existe.
O cachorro
As crianças sabiam que a presença
daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa
censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno
que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar
abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao
corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da
tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a
expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.
Granatic,
Branca. Técnicas Básicas de Redação.
3- No texto, fica claro que haverá um conflito entre as crianças e a
mãe, quando as crianças
(A) resolvem levar um cachorro para casa, mesmo sabendo que a mãe seria
contra.
(B) levam para casa um cachorro vira-lata, e não um cachorro de raça.
(C) decidem esconder o animal dentro de um armário.
(D) não deixam o animal ficar na sala.
Jéssica veio
do céu
Jéssica é somente uma garota de
11 anos (...). Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de um anjo da guarda. Na
noite de domingo, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia
em chamas porque um de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo.
Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3, e o menino de 8, que involuntariamente
provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se
esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta sufocando com a
fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se
desesperou. Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um,
todos os irmãos para fora. Enquanto fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer
um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E sentiu muito medo. Pulou
a janela e disparou a correr.
Revista
Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004.
4- No trecho “Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3 anos, e o
menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram
salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de
sentir medo”., o trecho destacado se refere a(ao):
(A) Larissa (de 7).
(B) Letícia (de 3).
(C) menino (de 8).
(D) Jéssica (de 11).
Publicidade
Tchau, tchau
Nunca foi
tão fácil secar uma espinha
A gente acha que cuidar da pele
dá trabalho. Que nada! Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em
aparecer na cara da gente nas horas mais impróprias: o primeiro dia de aula ou
o encontro com o menino que a gente está a fim. Pele bem cuidada dá uma
levantada incrível no visual, né? Então, mãos à obra com a linha Clearskin da
Avon, que tem oito produtos que facilitam a nossa vida. Além de combaterem a
acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da
cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.
Borgatto,
Ana; Bertin, Terezinha, Marchezi, Vera. Tudo é linguagem.
5- Encontramos o registro de linguagem formal em
(A) “A gente acha que cuidar da pele dá trabalho.”
(B) “Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na
cara da gente (...)”
(C) “(...) o encontro com o menino que a gente está a fim.”
(D) “Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um
poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.”
Dedé
reconhece erro no clássico
Zagueiro
vascaíno pede desculpas a Willians e aos torcedores pela expulsão
O zagueiro Dedé, do Vasco, pediu
desculpas ontem ao volante Willians, do Flamengo, pela entrada violenta que deu
no adversário no empate em 1 a 1 no clássico de domingo, no Engenhão,
pelo Campeonato Brasileiro.
– (...) Peço desculpas ao
companheiro de profissão e ao torcedor do Vasco, pois não queria ter deixado o
time (...).
Mas o zagueiro seguiu a linha do
técnico Paulo César Gusmão de culpar o juiz (...):
– Deixando de lado minha expulsão,
o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado. Inverteu muitas faltas,
irritando nosso time, me deu um cartão amarelo após eu ter levado o vermelho.
O Globo – 26/10/2010.
6- O trecho do texto que expressa uma opinião é
(A) “Peço desculpas ao companheiro de profissão...”. (l.4)
(B) “... o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.” (l.7-8)
(C) “Deixando de lado minha expulsão...”.(l.7)
(D) “... me deu um cartão amarelo...” (l.8)
Ingenuidade
Na boca da caverna
Gritei, vibrando:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E o eco respondeu,
Lá de dentro da caverna:
– TE AMO!
TE AMO!
TE AMO!
E eu, ingênuo, acreditei...
Elias, José.
Amor adolescente.
7- A repetição, pelo eu poético, da expressão “TE
AMO!” , que ecoou dentro da caverna, reforça
(A) a intensidade da paixão do eu poético.
(B) a ingenuidade do eu poético.
(C) a beleza do primeiro
amor.
(D) o eco dentro da caverna.
O Último
Computador
Luís
Fernando Veríssimo
Um dia, todos os computadores do
mundo estarão ligados num único e definitivo sistema, e o centro do sistema
será na cidade de Duluth, nos Estados Unidos. Toda memória e toda informação da
humanidade estarão no Último Computador. As pessoas não precisarão ter relógios
individuais, calculadoras portáteis, livros etc. Tudo o que quiserem fazer –
compras, contas, reservas – e tudo que desejarem saber estará ao alcance de um
dedo. Todos os lares do mundo terão terminais do Último Computador. Haverá
telas e botões do Último Computador em todos os lugares frequentados pelo homem,
desde o mictório ao espaço. E um dia, um garoto perguntará a seu pai:
– Pai, quanto
é dois mais dois?
– Não pergunte
a mim, pergunte a Ele.
O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta
aparecerá na tela mais próxima. E, então, o garoto perguntará:
– Como é que
eu sei que isso está certo?
– Ora, ele
nunca erra.
– Mas se desta
vez errou?
– Não errou.
Conte nos dedos.
– Contar nos
dedos?
– Uma coisa
que os antigos faziam. Meu avô me contou. Levante dois dedos, depois mais
dois... Olhe aí. Um, dois, três, quatro. Dois mais dois quatro. O computador
está certo.
– Bacana. Mas,
pai: e 366 mais 17? Não dá para contar nos dedos. Jamais vamos saber se a
resposta do Computador está certa ou não.
– É...
– E se for
mentira do Computador?
– Meu filho,
uma mentira que não pode ser desmentida é a verdade.
Quer dizer, estaremos
irremediavelmente dominados pela técnica, mas sobrará a filosofia.
8- No trecho: O garoto apertará o botão e, num
milésimo de segundo, a resposta aparecerá
na tela mais próxima. A expressão destacada significa o mesmo que
(A) depois de muito tempo.
(B) em um minuto.
(C) muito rápido.
(D) durante mil anos.
9- O Último Computador será criado porque
(A) “as pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras
portáteis, livros etc”.
(B) “(...) tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo”.
(C) “(...) jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou
errada”.
(D) “(...) estaremos irremediavelmente dominados pela técnica (...)”.
A Mulher no
Brasil
A história da mulher no Brasil,
tal como a das mulheres em vários outros países, ainda está por ser escrita. Os
estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo,
o que inclui a América Latina. Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira
são quase todos meros registros de impressões, mais do que de fatos,
autos-de-fé quanto à natureza das mulheres ou rápidas biografias de brasileiras
notáveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientação dos autores do
que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanças ocorridas no século XX
reforçam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreensão históricas do
papel, da condição e das atividades da mulher no Brasil.
(fragmento)
Hahner, June E.
10- Considerando o fragmento lido, podemos afirmar que
(A) quanto à existência de um estudo histórico sobre seu papel na
sociedade, a mulher brasileira assemelha-se à de várias partes do mundo.
(B) excetuando-se as rápidas biografias de brasileiras notáveis, as
demais obras sobre a mulher no Brasil estão impregnadas de informações sobre o
seu valor na sociedade.
(C) as modificações de nosso século reforçam a necessidade de que se
escreva uma verdadeira história da mulher no Brasil.
(D) os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são registros
baseados em fatos inquestionáveis numa perspectiva histórica.
Cadernos de
João
(…) Na última laje de cimento
armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.
De um lado era a cidade grande:
de outro, o mar sem jangadas.
O mensageiro subiu e gritou:
- Verdejou, pessoal!
Num átimo, os trabalhadores
largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.
Parada a obra.
Ao dia seguinte, o vigia
solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o
construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no
Nordeste.
(Anibal
Machado, Cadernos de João )
11- De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa
(A) a saudade dos trabalhadores.
(B) o mar sem jangadas.
(C) a parada da
obra.
(D) a chuva caindo no Nordeste.
Dica: Quando as provas ficam grandes, costumo imprimir duas páginas por folha. Basta clicar em propriedades, na bandeja da impressora, e escolher a opção duas páginas por folha, clicar em ok e pronto!
As questões dessa prova foram retiradas do site: http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
Prova 6º ano - Interpretação
Prova de Literatura - 6º ano -
Aluno(a)____________nº: ____ Turma: ___
A LUA NO CINEMA
A lua foi ao
cinema,
passava um
filme engraçado,
a história
de uma estrela
que não
tinha namorado.
Não tinha
porque era apenas
uma estrela
bem pequena,
dessas que,
quando apagam,
ninguém vai
dizer, que pena!
Era uma
estrela sozinha,
ninguém
olhava pra ela,
e toda a luz
que ela tinha
cabia numa
janela.
A lua ficou
tão triste
com aquela
história de amor,
que até hoje
a lua insiste:
– Amanheça,
por favor!
Paulo
Leminski. Distraídos venceremos. São Paulo, Brasiliense, 1993.
1 - Nos versos
“Não tinha porque era apenas / uma estrela bem pequena” da segunda estrofe do poema, o uso da
palavra “porque” introduz
(A) a causa de não ter namorado.
(B) uma oposição a um filme engraçado.
(C) a consequência de uma história de amor.
(D) uma comparação do tamanho da estrela com a intensidade da luz.
2- Este poema
(A) explica o nascimento do cinema.
(B) faz a propaganda de um filme engraçado.
(C) apresenta as características de uma lua solitária.
(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
POR ONDE
ANDARÁ SEVERINO?
A última ariranha-azul em
liberdade no mundo mora no Brasil, mas está desaparecida há dois meses. Se não
for encontrada, a espécie corre o risco de extinção.
Apelidada de Severino, a ave
habita a região de Curuçá, no sertão da Bahia. Segundo a coordenação de comitê
de Recuperação da Ariranha-Azul, uma equipe de estudiosos e moradores já esta à
procura de Severino. Há suspeitas de que ele tenha sido atacado por gaviões.
A ariranha-azul é a menor arara
brasileira que existe, mede menos de 30 centímetros e pesa cerca
de 400 gramas. Hoje há cerca de 40 espécies em cativeiro no mundo todo (no
Brasil são sete). Seu pequeno tamanho e a beleza da cor azul infelizmente
atraem os traficantes de animais, que caçam e vendem as ararinhas como animais
domésticos.
O Estado de
S. Paulo, 9/12/2000. Estadinho.
3- A finalidade deste texto é
(A) divulgar a beleza das aves de nosso país.
(B) informar que gaviões são animais predadores.
(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
(D) convidar as pessoas a visitarem a região de Curuçá, no sertão da
Bahia.
O CONTO DA
MENTIRA
Rogério Augusto
Todo dia Felipe inventava uma
mentira. “Mãe, a vovó tá no telefone!”. A mãe largava a louça na pia e corria
até a sala. Encontrava o telefone mudo.
O garoto havia inventado morte do
cachorro, nota dez em matemática, gol de cabeça em campeonato de rua. A mãe
tentava assustá-lo: “Seu nariz vai ficar igual ao do Pinóquio!”. Felipe ria na
cara dela: “Quem tá mentindo é você! Não existe ninguém de madeira!”.
O pai de Felipe também conversava
com ele: “Um dia você contará uma verdade e ninguém acreditará!”. Felipe ficava
pensativo. Mas no dia seguinte...
Então aconteceu o que seu pai
alertara. Felipe assistia a um programa na TV. A apresentadora ligou para o
número do telefone da casa dele. Felipe tinha sido sorteado. O prêmio era uma
bicicleta: “É verdade, mãe! A moça quer falar com você no telefone pra combinar
a entrega da bicicleta. É verdade!”
A mãe de Felipe fingiu não ouvir.
Continuou preparando o jantar em silêncio. Resultado: Felipe deixou de
ganhar o prêmio. Então ele começou a reduzir suas mentiras. Até que um dia
deixou de contá-las. Bem, Felipe cresceu e tornou-se um escritor. Voltou a
criar histórias. Agora sem culpa e sem medo. No momento está escrevendo um
conto. É a história de um menino que deixa de ganhar uma bicicleta porque
mentia...
4- Felipe começou a reduzir suas mentiras porque
(A) começou a escrever um
conto.
(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
(C) inventou ter sido sorteado por um programa de TV.
(D) seu pai alertou sobre as consequências da mentira.
5- No trecho “A mãe tentava assustá-lo.”, o termo
destacado substitui
(A) pai de Felipe.
(B) Pinóquio.
(C) cachorro.
(D) Felipe.
6- No desfecho
do conto, ficamos sabendo que Felipe
(A) continua contando mentira para seus pais.
(B) decide ler todos os livros sobre o Pinóquio.
(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
(D) escreve um livro de normas para o campeonato de rua.
Olá, mãe!
Mãe, eu queria te dizer ...
(não te chamando de mamãe como no tempo em que a vida era você,
mas te chamando de mãe
deste meu outro tempo de silêncio e solidão.)
Mãe, eu queria te dizer
(sem cara de quem pede desculpa pelo que não fez ou pensa que fez)
que amar virou uma coisa difícil
e muitas vezes o que parece ingratidão,
ou até indiferença,
é apenas a semente do amor
que brotou de um jeito diferente
e amadureceu diferente
no atrapalhado coração da gente.
Acho que era isso, mãe,
o que eu queria te dizer.
(Carlos
Queiroz Telles. Sonhos, grilos e paixões. São Paulo:
Moderna, 1995.)
7- O eu poético deseja, por meio deste texto,
(A) demonstrar seu sentimento de
amor.
(B) reviver um tempo de silêncio e solidão.
(C) revelar que está insatisfeito com as atitudes da mãe.
(D) agradecer à mãe pelo tempo em que a vida era mais simples.
8- O eu poético escreve uma mensagem à mãe por meio de
(A) um conto.
(B) um poema.
(C) uma crônica.
(D) uma propaganda.
9- O verso que
comprova para quem o texto foi escrito é
(A) “acho que era isso, mãe...”
(B) “que amar virou uma coisa difícil”.
(C) “no atrapalhado coração da gente”
(D) “deste meu outro tempo de silêncio e solidão”
10- Na primeira estrofe do poema, o eu poético utiliza-se dos parênteses
para
(A) pedir desculpa pelo que pensa que fez.
(B) contar que a semente do amor brotou de um jeito diferente.
(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
(D) opinar sobre o sentimento de ingratidão ou indiferença demonstrado.
Irapuru – o
canto que encanta
Certo jovem, não muito belo, era
admirado e desejado por todas as moças de sua tribo por tocar flauta
maravilhosamente bem. Deram-lhe, então, o nome de Catuboré, flauta encantada.
Entre as moças, a bela Mainá conseguiu o seu amor; casar-se-iam durante a
primavera.
Certo dia, já próximo do grande
dia, Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou.
Saindo a tribo inteira à sua
procura, encontraram-no sem vida, à sombra de uma árvore, mordido por uma cobra
venenosa. Sepultaram-no no próprio local.
Mainá, desconsolada, passava
várias horas a chorar sua grande perda. A alma de Catuboré, sentindo o
sofrimento de sua noiva, lamentava-se profundamente pelo seu infortúnio. Não
podendo encontrar paz, pediu ajuda ao Deus Tupã. Este, então, transformou a
alma do jovem no pássaro irapuru, que, mesmo com escassa beleza, possui um
canto maravilhoso, semelhante ao som da flauta, para alegrar a
alma de Mainá.
O cantar do irapuru ainda hoje
contagia com seu amor os outros pássaros e todos os seres da natureza.
(Waldemar de
Andrade e Silva. Lenda e mitos dos índios brasileiros. São Paulo:
FTD, 1997.)
11- Catuboré foi à pesca e de lá não mais voltou porque
(A) apaixonou-se por uma índia de outra
tribo.
(B) encontrou uma flauta encantada.
(C) dormiu à sombra de uma
árvore.
(D) foi mordido por uma cobra.
12- No trecho “Deram-lhe, então, o nome de
Catuboré, flauta encantada.” Do primeiro parágrafo do texto
“Irapuru – o canto que encanta”, o termo destacado se refere
(A) ao grande dia. (B) ao certo jovem. (C) à
bela Mainá. (D) a sua tribo.
13- Para conceder a paz a Catuboré, o Deus Tupã
(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
(B) desapareceu com todas as cobras venenosas.
(C) criou a primavera para celebrar o
casamento.
(D) convocou toda a tribo para tocar flauta.
A lebre e a
tartaruga
Era uma vez... uma lebre e uma
tartaruga.
A lebre vivia caçoando da
lentidão da tartaruga.
Certa vez, a tartaruga, já muito
cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida.
A lebre, muito segura de si,
aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com
seus passinhos lentos, porém firmes.
Logo a lebre ultrapassou a
adversária e, vendo que ganharia fácil, parou e
resolveu cochilar.
Quando acordou, não viu a
tartaruga e começou a correr.
Já na reta final, viu finalmente
a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente.
Moral da história: Devagar se vai
ao longe!
http://www.qdivertido.com.br/verconto.php?codigo=29
14- O episódio da narrativa que contribui para a vitória da
tartaruga é
(A) a decisão da lebre de parar e
cochilar.
(B) o desafio de realizar uma corrida com a lebre.
(C) o desafio de correr para garantir a vantagem.
(D) a decisão firme de caminhar com passos lentos.
15- O trecho que expressa uma opinião a respeito de um dos
personagens é
(A) “Logo a lebre ultrapassou a adversária...”
(B) “Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga.”
(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
(D) “Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr.
16- A finalidade deste texto é ensinar ao leitor que
(A) o sono renova as energias do corpo.
(B) a caçoada do adversário garante a vitória.
(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
(D) o esporte é necessário para manutenção da saúde.
17- As características do texto “A lebre e a tartaruga”, tais como – o
tipo de personagens
e a presença de moral –, exemplificam o texto conhecido como
(A) receita. (B) fábula. (C) campanha
publicitária. (D) história em quadrinhos.
Dica: Quando as provas ficam grandes, costumo imprimir duas páginas por
folha. Basta clicar em propriedades, na bandeja da impressora, e escolher a
opção duas páginas por folha, clicar em ok e pronto!
As questões dessa prova foram retiradas do site: http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
As questões dessa prova foram retiradas do site: http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
1-(A) a causa de não ter
namorado.
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor.
8-(B) um poema.
9-(A) “acho que era isso, mãe...”
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem.
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.
2-(D) conta a história de uma estrela que não tinha namorado.
3-(C) comunicar o desaparecimento da ariranha azul.
4-(B) deixou de ganhar uma bicicleta.
5-(D) Felipe.
6-(C) torna-se um escritor e volta a criar histórias.
7-(A) demonstrar seu sentimento de amor.
8-(B) um poema.
9-(A) “acho que era isso, mãe...”
10-(C) explicar o porquê do uso da palavra “mãe” ao invés de “mamãe”.
11-(D) foi mordido por uma cobra.
12-(B) ao certo jovem.
13-(A) transformou a alma do jovem no pássaro irapuru.
14-(A) a decisão da lebre de parar e cochilar.
15-(C) “A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente.”
16-(C) o êxito depende de dedicação e persistência.
17- (B) fábula.
Atividades de interpretação - 8º e 9º
Conversa de botequim
Vadico e Noel Rosa
Seu garçom faça o favor
De me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada,
Um pão bem quente com manteiga à beça,
Um guardanapo
E um copo d`água bem gelada
Fecha a porta da direita
Com muito cuidado
Que eu não estou disposto
A ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
Se você ficar limpando a mesa,
Não me levanto nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão
Uma caneta, um tinteiro,
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palitos
E um cigarro pra espantar mosquitos
Vá dizer ao charuteiro
Que me empreste umas revistas
Um isqueiro e um cinzeiro
Telefone ao menos uma vez
Para 34-4333
E ordene ao seu Osório
Que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro,
Vá dizer ao seu gerente
Que pendure essa despesa
No cabide ali em frente
1) Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem
fala e quem escuta nessa “conversa”.
a) A quem a personagem que fala na canção se dirige?
b) Quem é a personagem que fala?
2) Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando
também no título, como você explicaria esse fato?
3) No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem
manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.
4) Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao
garçom? Por quê?
5) Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a) O que ele pede?
b) Esses pedidos são adequados à situação?
6) Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a) Quais são eles?
b) Esses pedidos são adequados à situação?
7) Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a) O que ele pede ao garçom?
b) Explique por que esses pedidos excedem
o que se espera que um cliente peça a um garçom.
c) Como o botequim é chamado pelo cliente?
d) O que esse cliente vai fazer no
botequim?
8) Por ser o fragmento de um diálogo,
“Conversa de botequim” reforça a coloquialidade própria do gênero canção. Você
concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.
Gabarito:
1) Logo no primeiro verso, por meio do uso de um vocativo, fica claro quem
fala e quem escuta nessa “conversa”.
a. A quem a personagem que fala na canção se dirige? Ao
garçom.
b. Quem é a personagem que fala? O cliente de um bar ou
botequim.
2) Observe como o tamanho dos versos desta canção varia muito. Pensando
também no título, como você explicaria esse fato? A canção imita a
fluidez e a coloquialidade da fala.
3) No entanto, para realizar-se como canção, a letra e a melodia devem
manter ainda alguma regularidade. Assinale as rimas da canção.
4) Em que modo estão os verbos usados pela personagem para se dirigir ao
garçom? Por quê?
Os verbos estão no imperativo. Eles
definem o tipo de relação que se estabelece entre as personagens da canção.
5) Na primeira estrofe, o “cliente” faz ao garçom uma série de pedidos.
a. O que ele pede?
Um média (xícara de café com leite), um
pão quente com manteiga, um guardanapo e uma gelada.
b. Esses pedidos são adequados à situação?
Sim,
pois são pedidos de um cliente a um garçom de botequim.
6) Na segunda estrofe outros pedidos são feitos.
a. Quais são eles?
Para
que o garçom não limpe a mesa e para que traga uma caneta, um tinteiro, um
envelope um cartão, palitos, cigarro, revistas, isqueiro e cinzeiro.
b. Esses pedidos são adequados à situação?
Não
são mais pedidos apropriados a um botequim, pois incluem itens encontrados na
tabacaria ou na papelaria.
7) Na última estrofe, o “cliente” parece passar dos limites.
a. O que ele pede ao garçom?
Pede
para que o garçom ligue para um número e ordene a um tal de Osório que mande um
guarda-chuva; pede dinheiro emprestado e pede para que o gerente “pendure” a
conta.
b. Explique por que esses pedidos excedem o que se espera que um cliente
peça a um garçom.
Os
pedidos da última estrofe são inusitados, o que ajuda a produzir o humor na
canção. Eles imitam uma relação de patrão com empregado, ou de pessoa muito
“espaçosa”, em ambiente familiar.
c. Como o botequim é chamado pelo cliente?
Nosso
escritório.
d. O que esse cliente vai fazer no botequim?
Provavelmente,
ele é um poeta, um sambista que vai ao botequim para compor suas canções.
CRIME MAIS
QUE PERFEITO
Quando o
furgão contornou a esquina e parou diante do nº 168, Davi abriu a caderneta e
anotou: Quinta-feira, chegada, 4h 15min. Assistiu
ao leiteiro que, com passadas rápidas, deixou o litro de leite à porta e
retornou ao furgão, posto logo em movimento. Davi escreveu: saída, 4h 20
min. Embolsou a caderneta, desprendeu-se do pilar que
lhe servia de esconderijo. Planejava o crime original.
Voltara para
casa assim como saíra, invisível. Subiu a escada, parou no corredor. O quarto
de tia Olga fechado, mas, no de Cláudia, a luz riscava o chão pela fresta da
porta. Empurrou-a com cuidado, entrou no quarto e contemplou a irmã adormecida.
Para Davi, ela seria sempre uma criança. Os olhos dele foram ficando mansos, os
lábios esboçaram um sorriso... Um leve ruído: a adoração se encobriu de trevas.
Com a mesma
cautela, saiu para o corredor e logo entrou em seu quarto. A lembrança súbita
de Jorge Antar dissipou a beleza deixada em seus olhos pela moça em doce sono.
Aquele noivado. Revoltava-se com o amor de Cláudia pelo malandro. Conhecia-o
bem: vivia de golpes financeiros, além de possuir, em segredo, um harém. O
malandro visava à herança da moça, inocente e apaixonada. Não, Jorge não seria
o homem de Cláudia, dessa Cláudia que ele, substituindo o pai ajudara a criar.
Há dias, por isso, resolvera mudar seu comportamento, não agravar, com novas
rixas, suas relações com a irmã. Recolhera conselhos, reprimira censura e
ameaças, enquanto o plano diabólico progredia na ardência do cérebro, como o
relógio trabalhando no interior da bomba.
Deitado na
cama leu a caderneta: “leiteiro” Segunda-feira, chegada, 4h 08 min. – saída, 4h
15 min.; Quarta-feira, chegada, 4h 05 min. – saída, 4h 12 min. Na última
anotação: chegada, 4h 15 min. – saída, 4h 20 min. O furgão parava na rua das
Margaridas, nº 168, sempre depois das 4 horas da madrugada, e em sua casa às 3
horas, mais ou menos. Plano feito, perfeito. E mais perfeito ainda, porque
Cláudia, conforme havia dito, iria passar o fim de semana, na capital, fazendo
compras e preparando seu espírito para o casamento.
Davi já
conhecia todos os hábitos de Jorge: no sábado, acordava mais cedo, tomava seu
desjejum e saía de casa para o “trabalho”, antes da criada entrar em serviço.
Aquele plano era exato como a sucessão das horas, infalível como a própria
morte...
Sexta-feira,
a véspera da perfeição. A noite demorou, mas acabou gerando a madrugada. O
motor do caminhão forçou a marcha. Era o leiteiro virando a esquina. Davi ouviu
a parada em frente de sua casa; o tilintar de vidros. Os passos de retorno, a
batida do portão. Sentou-se na cama, calçou o tênis. Levantou-se, foi à cômoda,
abriu a gaveta e meteu o vidrinho no bolso. Apanhando a lanterna, clareou o
relógio de pulso: 3h 20min. Calçou as luvas que estavam debaixo do travesseiro.
Iluminando o caminho, chegou à sala, abriu a porta, cuidadosamente pegou o
litro de leite pelo gargalo e depois seguiu para a copa. Foi à pia, retirou a
tampa da vasilha, derramou um pouco de leite, substituindo pelo conteúdo do
vidrinho que trouxera. Recolocou a tampa, meteu o litro de leite no bolso largo
do casaco. Abotoou o casaco, saiu pela porta da cozinha. Fez sumir na lata de
lixo o vidrinho lavado. Luz sobe o pulso: 3h 35 min.
Seguiu para
a casa de Jorge, atingindo-a pelos fundos. Agachando-se, escondeu sob o tanque
de lavar roupas. Relógio iluminado: 4h.
Depois de
dez minutos, o furgão parou em frente à casa. Davi decifrou a jovialidade do
entregador pelos passos meio dançados. De novo, os passos. O motor pulsando, a
neblina tragando as luzes vermelhas do furgão.
Sempre
encostado à parede, Davi caminhou até à porta lateral da casa onde uma pequena
entrada o protegia da visão da rua. Na soleira de mármore, aproximou os dois
litros de leite.
Levantou-se,
enfiou no bolso do casaco o que fora deixado para Jorge, com a mesma precaução,
dirigiu-se ao lugar de espera, perto do tanque. Retomou o caminho de volta,
pisando sempre na parte cimentada do quintal a fim de não largar vestígios de
seu tênis.
A neblina
espessa não venceu a intrepidez da caminhada de volta, última pedra do mosaico
delituoso. Fechando-se na cozinha de sua casa, sentiu-se liberto. Tonificado
pelo descanso de alguns segundos, repôs em seus lugares o casaco, o litro de
leite e as luvas. Depois de tirar os tênis, acendeu o isqueiro, aqueceu-lhes as
solas para secá-las mais rapidamente. Em seguida, limpou-os com um pano e
guardou-os no lugar costumeiro. Preparado para dormir, ingeriu uma pílula. Caiu
na cama, com um suspiro de
alívio. Em breve o cansaço e o hipnótico trouxeram
o sono que surpreendeu Davi no gozo de sua obra
perfeita.
Quando
amanheceu, gritos:
—Davi,
acorda. Acorda, menino!
E a tia Olga
começou a agitá-lo.
— O que é
que há, titia?
— Estão aí
dois homens da polícia que querem falar com você.
— Da
polícia? Diga-lhes que descerei imediatamente. Enquanto as mãos trêmulas lavavam
o rosto, pensou: “É impossível. Não cometi nenhum erro. Ninguém me viu”.
Revisou todos os seus atos: não encontrou a menor falha. Amarrando o roupão,
desceu a escada.
—Sr.
Davi Ortiz? Carlos Antunes, delegado de plantão.
— Não estou
entendendo...
— Estou aqui
em cumprimento de um dever bastante desagradável.
— Como
assim?
— Antes de
pedirmos a colaboração do senhor, no entanto...
— Sim?
— Jorge
Antar foi encontrado morto, esta manhã, na casa em que morava.
— Que
horror!
— Ao lado
dele, também morta... a senhorita Cláudia, irmã do senhor. Acreditamos que se
suicidaram, de acordo com as primeiras investigações, com veneno misturado ao
leite.
(Luiz Lopes
Coelho, A morte no envelope)
VOCABULÁRIO:
Furgão: Carro
coberto, para transporte de bagagens ou pequena carga.
Fresta: Abertura
estreita na parede, para deixar passar a luz e o ar.
Dissipar: dispersar,
desfazer, fazer desaparecer.
Visar: Ter como
objetivo; ter em vista.
Jovialidade: Alegre,
prazenteiro.
Precaução: Cautela,
cuidado.
Espesso: Grosso,
denso.
Intrepidez: Valentia,
coragem.
Mosaico: Embutido de
pedrinhas de cores, dispostas de modo que formem desenhos.
Delituoso: Que
constitui delito; culposo.
Tonificar: Dar vigor a;
fortificar.
Hipnótico: substância
que produz sono.
Gozo: prazer,
satisfação.
1. A frase que apresenta a ideia principal do texto
é:
A) “Planejava o crime
original”.
B) “Davi escreveu: saída, 4h 20min”.
C) “Quando o furgão contornou a
esquina”.
D) “Davi abriu a caderneta e anotou”.
E) “Acreditamos que se suicidaram.”
2. A intenção de Davi Ortiz ao anotar a chegada e a
partida do leiteiro era
A) saber o horário em que o leite chegava
nas casas.
B) evitar que algo desse errado em seu plano.
C) fazer anotações sobre o movimento dos
furgões.
D) conhecer todos os hábitos de Jorge.
E) anotar as casas que recebiam leite.
3. Em “Um leve ruído: a adoração se encobriu de trevas” , o que fez
Davi mudar de atitude foi o fato de
A) Cláudia esboçar um leve
sorriso.
B) o quarto da tia Olga estar fechado.
C) ter-se lembrado do noivo de
Cláudia.
D) Cláudia se mexer na cama.
E) estar chegando a hora de o leiteiro passar.
4. A expressão “...além de possuir, em segredo um harém.” significa
que o noivo
A) era um sultão árabe que possuía muitas
mulheres.
B) já era
casado.
C) tinha em sua casa muitas esposas.
D) trocava constantemente de
esposas.
E) vivia cercado de mulheres.
5. A palavra “trabalho” escrita entre aspas, deve
ser vista como uma ironia, devido ao fato de (o)
A) antagonista trabalhar em ofícios
desgastantes.
B) trabalho do personagem ser muito cansativo.
C) noivo possuir um
harém.
D) Jorge Antar trabalhar em ofícios não
respeitáveis.
E) jovem ser responsável e ter bons hábitos.
6. O local escolhido por Davi para observar a
chegada do caminhão, antes do crime, foi
A) o fundo do
jardim.
B) atrás de um
pilar.
C) embaixo do tanque de lavar.
D) pequena lateral da
casa.
E) um esconderijo na parede.
7. É característica psicológica do protagonista o
fato de ele ser
A) relaxado.
B) desmotivado.
C)
calculista.
D)
tímido.
E) jovial.
8. O personagem principal não aprovava o casamento
da irmã com Jorge Antar porque
A) o noivo tinha um
harém.
B) o noivo era malandro e
mentiroso.
C) Cláudia não amava o noivo.
D) era muito
ciumento.
E) agia como pai da moça.
9. Todas as frases abaixo são precauções para
tornar o crime perfeito, exceto
A) “... pisando sempre na parte cimentada do
quintal...”
B) “Fez sumir na lata de lixo o vidrinho lavado”.
C) “Calçou as luvas que estavam debaixo do
travesseiro”.
D) “... aqueceu-lhes as solas para secá-las mais
rapidamente”.
E) “... contemplou a irmã adormecida.”
10. Ao saber que a polícia estava em sua casa, Davi
ficou:
A) aliviado e
feliz.
B) trêmulo e
agitado.
C) orgulhoso de seu plano.
D) temeroso de ter sido
descoberto.
E) tranquilo, despreocupado.
11. Apesar de não conhecer o rapaz, Davi concluiu
que o entregador de leite era jovem porque
A) entregava o leite com
rapidez.
B) parecia dançar quando andava.
C) sabia dirigir um furgão.
D) a neblina tragava as luzes vermelhas do furgão.
E) acordava de madrugada todos os dias.
12. Para não levantar suspeitas, Davi tomou algumas
atitudes com relação à irmã. Uma delas foi:
A) reprimir Cláudia a toda
hora.
B) não lhe dar mais
conselho.
C) não falar mais com ela.
D) contemplar a irmã
adormecida.
E) deixá-la viajar com o noivo.
13. A lógica do título “Crime mais
que perfeito” foi fundamentada com o fato de que
A) o personagem principal matou apenas Jorge
Antar.
B) por ironia, Davi matou também a irmã
do criminoso.
C) a polícia achava que fosse
suicídio.
D) tudo fora premeditado com muita perfeição.
E) houve uma total impunidade do protagonista.
14. Com a frase: “Plano feito, perfeito” ,o
protagonista concluía que
A) Cláudia casaria com outro
homem.
B) valeria a pena tantas noites em
claro.
C) o crime não seria descoberto.
D) o furgão pararia na rua das margaridas, nº
168.
E) Cláudia viajaria na véspera do crime.
15. Cláudia Ortiz disse ao irmão que viajaria na
sexta-feira para a capital. No entanto, ela se encontrava no (a)
A) companhia do
noivo.
B) shopping, fazendo
compras.
C) quarto de tia Olga.
D) casa de uma
amiga.
E) seu quarto, dormindo.
16. Em “A noite demorou, mas acabou gerando a madrugada”, representa que a(o)(s)
A) noite passava com rapidez.
B) madrugada demorou a
chegar.
C) era véspera do dia do casamento.
D) horas passaram despercebidas.
E) tempo estacionou.
17. O fato surpreendente no desfecho da história
foi
A) tia Olga gritando
desesperadamente.
B) a chegada da polícia na casa de Cláudia.
C) Cláudia não estar preparando o espírito para o
casamento.
D) Jorge Antar ter sido encontrado morto.
E) a morte acidental de Cláudia.
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A modorra
Um dia Pedrinho
enganou Dona Benta que ia visitar o tio Barnabé, mas em vez disso tomou o rumo
da mata virgem de seus sonhos. Nem o bodoque levou consigo. “Para que bodoque,
se levo o saci na garrafa e ele é uma arma melhor do que quanto canhão ou
metralhadora existe?”
Que beleza! Pedrinho
nunca supôs que uma floresta virgem fosse tão imponente. Aquelas árvores
enormes, velhíssimas, barbadas de musgos e orquídeas; aquelas raízes de fora
dando ideia de monstruosas sucuris; aqueles cipós torcidos como se fossem
redes; aquela galharada, aquela folharada e sobretudo aquele ambiente de
umidade e sombra, lhe causaram uma impressão que nunca mais se apagou.
Volta e meia ouvia um
rumor estranho, de inambu ou jacu a esvoaçar por entre a folhagem, ou então, de
algum galho podre que tombava do alto e vinha num estardalhaço — brah, ah, ah…
— esborrachar-se no chão.
E quantas borboletas,
das azuis, como cauda de pavão; das cinzentas, como casca de pau; das amarelas,
cor de gema de ovo!
E pássaros! Ora um
enorme tucano de bico maior que o corpo e lindo papo amarelo. Ora um pica-pau,
que interrompia o seu trabalho de bicar a madeira de um tronco para atentar no
menino com interrogativa curiosidade.
Até um bando de
macaquinhos ele viu, pulando de galho em galho com incrível agilidade e
balançando-se, pendurados pela cauda, como pêndulos de relógio.
Pedrinho foi
caminhando pela mata adentro até alcançar um ponto onde havia uma água muito
límpida, que corria, cheia de barulhinhos mexeriqueiros, por entre velhas
pedras verdoengas de limo. Em redor erguiam-se as esbeltas samambaiaçus, esses
fetos enormes que parecem palmeiras. E quanta avenca de folhagem mimosa, e
quanto musgo pelo chão!
Encantado com a
beleza daquele sítio, o menino parou para descansar. Juntou um monte de folhas
caídas; fez cama; deitou-se de barriga para o ar e mãos cruzadas na nuca. E ali
ficou num enlevo que nunca sentira antes, pensando em mil coisas em que nunca
pensara antes, seguindo o voo silencioso das grandes borboletas azuis e
embalando-se com o chiar das cigarras.
De repente, notou que
o saci dentro da garrafa fazia gestos de quem quer dizer qualquer coisa.
Pedrinho não se
admirou daquilo. Era tão natural que o capetinha afinal aparecesse…
— Que aconteceu que
está assim inquieto, meu caro saci? — perguntou-lhe em tom brincalhão.
— Aconteceu que este
lugar é o mais perigoso da floresta; e que se a noite pilhar você aqui, era uma
vez o neto de Dona Benta…
Pedrinho sentiu um
arrepio correr-lhe pelo fio da espinha.
— Por quê? —
perguntou, olhando ressabiadamente para todos os lados.
— Porque é justamente
aqui o coração da mata, ponto de reunião de sacis, lobisomens, bruxas, caiporas
e até da mula-sem-cabeça. Sem meu socorro você estará perdido, porque não há
mais tempo para voltar para casa, nem você sabe o caminho. Mas o meu auxílio eu
só darei sob uma condição…
— Já sei, restituir a
carapuça — adiantou Pedrinho.
— Isso mesmo.
Restituir-me a carapuça e com ela a liberdade. Aceita?
Pedrinho sentia muito
ver-se obrigado a perder um saci que tanto lhe custara a apanhar, mas como não
tinha outro remédio senão ceder, jurou que o libertaria se o saci o livrasse
dos perigos da noite e pela manhã o reconduzisse, são e salvo, à casa de Dona
Benta.
— Muito bem — disse o
saci. — Mas nesse caso você tem de abrir a garrafa e me soltar. Terei assim
mais facilidade de ação. Você jurou que me liberta; eu dou minha palavra de
saci que mesmo solto o ajudarei em tudo. Depois o acompanharei até o sítio para
receber minha carapuça e despedir-me de todos.
Pedrinho soltou o
saci e durante o resto da aventura tratou-o mais como um velho camarada do que
como um escravo. Assim que se viu fora da garrafa, o capeta pôs-se a dançar e a
fazer cabriolas com tanto prazer que o menino ficou arrependido de por tantos
dias ter conservado presa uma criaturinha tão irrequieta e amiga da liberdade.
— Vou revelar os
segredos da mata virgem — disse-lhe o saci — e talvez seja você a primeira
criatura humana a conhecer tais segredos. Para começar, temos de ir ao
“sacizeiro” onde nasci, onde nasceram meus irmãos e onde todos os sacis se
escondem durante o dia, enquanto o sol está fora. O sol é o nosso maior
inimigo. Seus raios espantam-nos para as tocas escuras. Somos os eternos
namorados da lua. É por isso que os poetas nos chamam de filhos das trevas.
Sabe o que é trevas?
— Sei. O escuro, a
escuridão.
— Pois é isso. Somos
filhos das trevas, como os beija-flores, os sabiás e as abelhas são filhos do
Sol.
Assim falando, o saci
levou o menino para uma cerrada moita de taquaraçus existente num dos pontos
mais espessos da floresta.
Pedrinho assombrou-se
diante das dimensões daqueles gomos quase da sua altura e grossos que nem uma
laranja de umbigo.
(LOBATO, Monteiro. O saci.
Vocabulário
Modorra: vontade incontrolável de dormir.
Bodoque: arco com duas cordas e uma rede (malha) ou couro em que se põe a bola
de barro, pedra ou chumbo, com
que se atira. Também conhecido como estilingue.
Virgem: intacto, puro; diz-se da mata que ainda não foi explorada.
Inambu e jacu: espécies de ave.
Taquaraçu: espécie de bambu.
Pilhar: Agarrar, pegar.
1. Após capturar o Saci, Pedrinho enganou Dona Benta e foi para a mata.
Diz o texto que o menino não levou sequer o bodoque. Segundo seus conhecimentos
sobre esse ser lendário, explique por que o menino acreditava que o Saci era a
melhor arma existente.
Pedrinho
acreditava que o Saci possuía poderes mágicos e que poderia ajudá-lo em uma
situação de risco.
2. Pedrinho surpreendeu-se pela imponência, pela grandiosidade
daquela floresta. Por que essa mata virgem impunha sua importância? O que
ela tinha de diferente de outras florestas?
A
mata visitada por Pedrinho ainda não havia sido explorada pelo homem, não havia
qualquer interferência humana , permanecendo com sua estrutura intacta.
3.No texto narrativo, há o momento em que se tem a apresentação, o
início dos acontecimentos. Quais são os fatos que indicam a situação
inicial do texto?
Os
fatos que correspondem a situação inicial são quando Pedrinho engana Dona Benta
e vai para a mata virgem.
4. O que Pedrinho
fazia no momento em que notou que o Saci dentro da garrafa parecia querer dizer
alguma coisa?
O
menino estava deitado, descansando.
5. No início da conversa entre o Pedrinho e o Saci, aquele falava
em um tom brincalhão. O que o Saci disse para que Pedrinho ficasse assustado?
Explique o motivo do medo do menino.
O
saci afirmou que ali era o ponto mais perigoso da floresta , pois estavam bem
no coração da mata, lugar em que outros seres lendários habitavam .
6. Saci ofereceu ajuda para livrar Pedrinho dos perigos da noite e
levá-lo de volta para casa. Qual foi a condição estabelecida para que isso
acontecesse
Pedrinho
deveria devolver a carapuça ao Saci, bem como a liberdade dele.
7. Segundo o texto, “Pedrinho soltou o Saci e durante o
resto da aventura tratou-o mais como um velho camarada do que como um
escravo.” O que significa tratar alguém como um
velho camarada? E como um escravo?
Tratar
alguém como um velho camarada é o mesmo que tratar a um amigo, com respeito,
com brincadeiras e com certa intimidade. Já tratar a um escravo e exigir que se
cumpram determinados trabalhos, dar ordens e fazer com que estas sejam
cumpridas.
8. O Saci é chamado no texto de “capeta”. Por que ele recebeu esse
apelido?
Saci
levou esse apelido por ser muito sapeca, fazer muitas travessuras .
9. O primeiro lugar a que o Saci levaria Pedrinho seria o
sacizeiro. Como e onde era esse lugar?
Era
uma cerrada moita de taquaraçus num dos pontos mais espessos da floresta.
10. De acordo com o
desfecho desse texto, Pedrinho chegou a ver algum outro Saci, que não o que
estava com ele? Qual foi a reação do menino nesse trecho?
O
menino não chega a ver outro Saci, apenas sente-se assombrado por estar naquele
lugar em que esses seres nascem.
11. Releia os trechos a seguir e indique a quem corresponde a
fala.
a) “’Para que bodoque, se levo o saci na garrafa e ele é uma arma melhor do
que quanto canhão ou metralhadora existe?”
Corresponde
a fala de Pedrinho.
b) “Que beleza!”
Corresponde
a fala do narrador.
c) “E pássaros!”
Corresponde
a fala do narrador.
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