Níveis Conceituais da Escrita
NÍVEL PRÉ-SILÁBICO (PS)
No
nível pré-silábico o educando não percebe a escrita como uma
representação do falado, ou seja, ele ainda não estabelece relação entre
fala e escrita. A leitura que realiza do escrito é sempre global, com o
dedo deslizando por todo o registro escrito. Esse nível pode ser
dividido em dois subníveis:
- Distinção entre o modo de representação icônico (desenho) e não icônico (escrita): nesta fase, os educandos serão capazes de distinguir desenho de escrita e ainda compreender que a escrita substitui e não reproduz algo.
- A construção de forma de diferenciação: o educando para escrever utiliza como exigência: uma quantidade mínima de letras (em torno de três – eixo quantitativo) e uma variedade de caracteres dentro da palavra (variação qualitativa intrafigural) e entre as palavras (variação qualitativa interfigural), eixo qualitativo. Em outros termos, com uma só letra não se obtém algo legível, mas tão pouco se pode obter algo legível com uma série composta pela mesma letra repetida três ou mais vezes. Aqui, a escrita se constitui como um objeto substituto.
NÍVEL SILÁBICO (S)
No nível silábico o educando estabelece
relação entre fala e escrita, ou seja, a escrita representa uma relação
de correspondência termo a termo entre a grafia e as partes do falado. A
leitura é silabada. Esse nível pode ser dividido em dois subníveis:
- Silábico sem valor sonoro (eixo quantitativo): o educando escreve utilizando uma letra ou um símbolo para cada sílaba, mas sem fazer uso do valor sonoro convencional.
Neste estágio, ele compreende que cada
letra ou símbolo corresponde a uma sílaba falada, mas o que se escreve
ainda não tem correspondência com o som convencional daquela sílaba.
- Silábico com valor sonoro (eixo qualitativo): o educando utiliza uma letra para cada sílaba, sem omitir sílabas e sem repetir letras, fazendo uso do valor sonoro convencional. Neste estágio, ele compreendeu que cada letra corresponde a uma sílaba falada e o que se escreve tem correspondência com o som convencional daquela sílaba, em geral representada pela vogal, mas não exclusivamente.
NÍVEL SILÁBICO-ALFABÉTICO (SA):
Esse nível marca a transição do educando da
hipótese silábica (cada sílaba representa uma letra) para a hipótese
alfabética (cada letra/grafema representa um som/fonema). Ou seja, ele
trabalha simultaneamente com duas hipóteses: a silábica e a alfabética.
Silábico-Alfabético:
o educando estabelece relação entre fala e escrita, ora utilizando uma
letra para cada sílaba, ora escrevendo a sílaba completa. Dificuldade
será mais visível nas sílabas complexas.
NÍVEL ALFABÉTICO (A):
Alfabético:
o educando produz escritas com base na correspondência entre fonemas
(sons) e grafemas (letras), mesmo não observando as convenções
ortográficas da escrita.
Nesse estágio, ele já compreendeu o sistema
de escrita, entendendo que cada um dos caracteres da palavra
corresponde a um valor sonoro menor do que a sílaba (o fonema). Desse
modo, o educando escreve como fala, faltando-lhe dominar as convenções
ortográficas.
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